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Derrota na CPI do INSS expõe fragilidade da articulação política do governo Lula
Derrota na CPI do INSS expõe fragilidade da articulação política do governo Lula
Oposição conquista presidência e relatoria da comissão; Gleisi convoca líderes da base após revés inesperado
Por: Redação
20/08/2025 às 15:55

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
A instalação da CPI do INSS trouxe uma reviravolta negativa para o governo nesta quarta-feira (20). A oposição garantiu os dois principais cargos da comissão — a presidência, com o senador Carlos Viana (Podemos-MG), e a relatoria, com o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) — deixando de lado os nomes apoiados pelo Palácio do Planalto.
O resultado, que pegou aliados de surpresa, levou a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, a convocar uma reunião emergencial com líderes da base no Planalto. Mais cedo, ela já havia se encontrado com o presidente Lula no Alvorada, onde tratou da derrota.
Viana foi eleito com 17 votos contra 13 do governista Omar Aziz (PSD-AM), que contava com o apoio direto de Lula e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). A vitória refletiu uma articulação de última hora da oposição, que assegurou três votos de vantagem. “Quero agradecer cada um dos 17 senadores. Foi uma articulação dos últimos dias”, afirmou Viana.
O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AC), tentou minimizar o impacto e atribuiu o revés a fatores regimentais, como a ausência de aliados do MDB e a ascensão de suplentes do PL. “Está longe de ser uma tragédia. Foi uma questão de regimento e será contornada”, disse.
A CPI vai investigar fraudes em descontos indevidos sobre aposentadorias e pensões, esquema que, segundo a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), pode ter causado prejuízos superiores a R$ 6,4 bilhões. Oposição e base governista já preparam estratégias distintas: enquanto bolsonaristas querem convocar nomes ligados ao governo atual, como Frei Chico, irmão de Lula, os petistas devem tentar associar as irregularidades a gestões anteriores, sobretudo à de Jair Bolsonaro (PL).
Entre os alvos possíveis de convocação estão o ministro da Previdência, Carlos Lupi, seu sucessor Wolney Queiroz, o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, e o ex-chefe do instituto Alessandro Stefanutto.
No mesmo dia da derrota, Gleisi e o vice-presidente Geraldo Alckmin ainda devem ir ao Congresso para apresentar medidas do governo em resposta ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
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