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Gilmar Mendes alfineta Fux e defende “resistência ao autoritarismo da Lava Jato”
Gilmar Mendes alfineta Fux e defende “resistência ao autoritarismo da Lava Jato”
Durante recepção a Luiz Fux na 2ª Turma do STF, ministro relembra embates e elogia postura do colegiado contra “abusos” da operação anticorrupção
Por: Redação
11/11/2025 às 22:21

Foto: Carlos Moura/SCO/STF
O ministro Gilmar Mendes aproveitou o discurso de boas-vindas ao colega Luiz Fux, nesta terça-feira (11), para enviar uma indireta à Operação Lava Jato e aos magistrados que a apoiaram. O presidente da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal afirmou que o colegiado “resistiu ao autoritarismo penal instaurado pela Lava Jato”, em uma fala interpretada como uma alfinetada ao próprio Fux, conhecido por sua defesa firme da operação.
A recepção marcou o retorno de Fux à 2ª Turma após deixar a 1ª Turma do STF, em meio a divergências sobre o andamento do processo da chamada “trama golpista”. A reaproximação entre os ministros ocorreu sob clima de tensão, já que os dois protagonizaram discussões acaloradas nos julgamentos ligados à Lava Jato, quando Mendes se tornou um dos principais críticos da força-tarefa de Curitiba.
Gilmar afirmou que o colegiado consolidou “uma vocação histórica para o julgamento de matérias complexas, com foco na defesa das garantias individuais e na correção de abusos cometidos”. A fala, embora diplomática, foi vista como uma defesa da linha garantista adotada por parte do Supremo — frequentemente acusada de favorecer réus da Lava Jato e de minar os avanços no combate à corrupção obtidos durante o governo de Jair Bolsonaro.
O discurso de Mendes reacende o debate sobre o enfraquecimento das operações anticorrupção e a mudança de postura do STF, que nos últimos anos anulou condenações emblemáticas e reverteu decisões de juízes que atuaram na Lava Jato, como Sérgio Moro e Deltan Dallagnol.
A chegada de Fux à 2ª Turma deve ampliar o contraste entre visões dentro do Supremo. O ministro é considerado um defensor do rigor no enfrentamento à corrupção, enquanto Gilmar Mendes continua a ser o principal porta-voz da corrente que prega limites à atuação do Ministério Público e da Polícia Federal.
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