Gilmar Mendes ataca a Lava Jato e provoca saída de Luiz Fux da sessão do STF

Durante sessão no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (15), o ministro Gilmar Mendes retomou ataques duros à Operação Lava Jato, chamando-a novamente de “verdadeira organização criminosa”. A fala causou incômodo no plenário e levou o ministro Luiz Fux a se levantar e deixar a sessão antes do encerramento.

Ao proferir voto em um processo trabalhista sobre a destinação de valores obtidos em condenações, Gilmar acusou procuradores ligados à operação de tentarem criar um fundo bilionário para administrar recursos devolvidos pela Petrobras — segundo ele, sem respaldo legal.

“O principal exemplo de desvio flagrantemente ilegal de recursos que deveriam servir à recomposição de danos de atos ilícitos é, sem dúvida, o que se observou no âmbito da tal Operação Lava Jato”, afirmou o ministro, chamando os responsáveis de “cretinos”.

Clima tenso no plenário

Fux, que já havia discutido com Gilmar minutos antes, deixou o plenário em protesto contra o tom do discurso. Gilmar, no entanto, prosseguiu e ironizou a atuação dos procuradores:

“O Brasil produziu, nesse período de Lava Jato e quejandos — e é uma singularidade brasileira, uma jabuticaba — um tipo de combatente da corrupção que gosta muito de dinheiro.”

O ministro também criticou supostas articulações internacionais da operação, acusando seus integrantes de compartilhar provas de forma ilegal — inclusive mencionando uma “entrega de provas em saco de supermercado”.

Ataques recorrentes à Lava Jato

Gilmar voltou a criticar a gestão do ex-procurador-geral Rodrigo Janot e disse que a operação violou princípios legais, desviou recursos e cometeu abusos de autoridade. As declarações reforçam uma postura crítica que ele mantém desde o auge da Lava Jato e que tem dividido opiniões no meio jurídico e político.