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Juiz flagrado com R$ 1,7 milhão no sótão é denunciado junto a ex-assessor de Moraes
Juiz flagrado com R$ 1,7 milhão no sótão é denunciado junto a ex-assessor de Moraes
Magistrado e Eduardo Tagliaferro, que trabalhou com Alexandre de Moraes no TSE, são acusados de peculato e integrar esquema de desvio de valores
Por: Redação
05/09/2025 às 08:01

A Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo (PGJ-SP) denunciou nesta quarta-feira (3) o juiz Peter Eckschmiedt e o perito Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de outras 11 pessoas, pelos crimes de peculato e organização criminosa.
Segundo a denúncia, Eckschmiedt liderava um esquema de fraudes processuais para desviar dinheiro em ações sob sua responsabilidade na 2ª Vara Cível de Itapevi (SP). Tagliaferro, por sua vez, teria atuado como responsável por “serviços de forense digital”, apagando registros em celulares dos envolvidos para dificultar as investigações.
O caso ganhou repercussão no ano passado, quando uma operação conjunta da PGJ e da Polícia Militar encontrou R$ 1,7 milhão escondidos no sótão da casa do juiz, em Jundiaí (SP).
Esquema detalhado
De acordo com a investigação, a quadrilha montava ações de execução fraudulentas com uso de documentos falsificados, como notas promissórias e certidões cadastrais. O juiz então direcionava as causas para sua vara, emitia decisões de bloqueio e desbloqueio de valores e, posteriormente, liberava o dinheiro em benefício do grupo criminoso — em especial dele próprio.
Os desvios atingiram inclusive valores de heranças. Entre as vítimas identificadas está o empresário e ex-piloto de Stock Car Alexandre Negrão, morto em 2023.
Ligação com Moraes
Tagliaferro, ex-assessor de Moraes no TSE, chegou a acusar publicamente o ministro de fraudar relatórios para justificar operações contra empresários bolsonaristas em 2022. Moraes nega.
“Se tivesse denunciado antes, eu estaria morto”, declarou Tagliaferro em entrevistas recentes, afirmando ter enviado material com acusações contra o ministro para os Estados Unidos.
A delação dele reacende críticas de que setores do Judiciário, sob a influência de Moraes, teriam atuado politicamente para perseguir adversários alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A defesa de Eckschmiedt afirmou que, por se tratar de processo sigiloso, irá se manifestar apenas nos autos, mas negou “veementemente” as acusações. Tagliaferro não respondeu aos contatos até a publicação desta reportagem.
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