Lula anuncia que governo atuará contra anistia a condenados pelo 8 de janeiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (11) que seu governo trabalhará para barrar o projeto de lei que poderia conceder anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. A proposta voltou à pauta após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

“Obviamente, todo bandido vai dizer que é inocente. Agora, para você provar que é inocente, tem de mostrar a prova de que não cometeu o crime”, declarou Lula em entrevista à Band, questionando a pressa da oposição em pautar a anistia antes do desfecho judicial.

O presidente também criticou que parlamentares que defendem a inocência de Bolsonaro estejam pedindo anistia ao invés de apresentar provas concretas. Segundo ele, a antecipação do benefício é “estranha” e não condiz com a tramitação regular do processo judicial.

A oposição, liderada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pressiona para que o projeto seja pautado com urgência nas sessões da próxima semana, com previsão de anistia total para todos os envolvidos, incluindo Bolsonaro.

Lula comentou ainda sobre o voto do ministro Luiz Fux, que decidiu inocentar parcialmente o ex-presidente, enquanto condenou apenas o delator, tenente-coronel Mauro Cid, e o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice na chapa de Bolsonaro.

“Se o ministro Fux não quiser as provas, é um problema dele. Eu acho que as provas são fartas. O ex-presidente, covardemente, articulou tudo. Pensou tudo e não teve coragem, foi embora”, afirmou o presidente, reafirmando que “Bolsonaro tentou dar o golpe neste país”.

Apesar da pressão da oposição, Lula reforçou que o foco do governo permanece em aprovar no Congresso medidas como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a PEC da Segurança Pública. No entanto, ele alertou que a tramitação dessas propostas pode ser afetada caso a anistia avance.