Messias usa tese acadêmica para reforçar discurso político alinhado ao PT
Favorito de Lula ao STF, advogado-geral da União critica Lava Jato em pesquisa acadêmica e ecoa narrativa do partido
Por: Redação
21/10/2025 às 22:29

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
O advogado-geral da União Jorge Messias, cotado para ocupar a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF), apresentou em sua tese de doutorado uma crítica direta à Operação Lava Jato. No trabalho, defendido na Universidade de Brasília (UnB), Messias afirmou que a operação “criminalizou a política e a ação estatal” de forma “superficial e irresponsável” — repetindo, assim, a linha narrativa defendida pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
A tese, intitulada “O centro de governo e a AGU: estratégias de desenvolvimento do Brasil na sociedade de risco global”, está disponível no repositório acadêmico da UnB. O conteúdo destaca que investigações como a Lava Jato teriam provocado “desorganização institucional” e impactado políticas públicas do Executivo.
Crítica ao protagonismo de investigadores
Na pesquisa, Messias também questiona a atuação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal do Brasil, que conduziram a Lava Jato entre 2014 e 2021. Para ele, houve um “desvio de função” ao transformar instituições de controle em “protagonistas políticos”, desequilibrando as relações entre poderes.
Essa interpretação é semelhante à adotada pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva, que afirma ter sido perseguido judicialmente durante a operação — tese já acolhida por parte dos ministros do STF em decisões anteriores.
A divulgação dos trechos da tese ocorre no momento em que Messias é apontado como nome favorito de Lula para a vaga no Supremo, ampliando os debates sobre a influência de visões ideológicas nas indicações à Corte. Integrantes da oposição criticam a proximidade política do AGU com o Planalto, enquanto aliados afirmam que sua formação jurídica e trajetória institucional o credenciam ao cargo.
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