Moraes autoriza visitas de aliados a Bolsonaro em prisão domiciliar
Ministro libera sete nomes, incluindo Valdemar Costa Neto e Marcos Pontes; encontros ocorrerão sob rígido controle judicial
Por: Redação
07/10/2025 às 16:31

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a visita de sete aliados políticos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar preventiva em Brasília, por decisão do próprio Moraes no âmbito das investigações sobre suposta tentativa de obstrução à Justiça.
Entre os nomes liberados estão Ciro Nogueira (PP-PI), Valdemar Costa Neto (PL), Marcos Pontes (PL-SP) e Márcio Bittar (PL-AC) — além de Marcus Ibiapina, assessor do PL; Bruno Scheid, vice-presidente do PL em Rondônia; e o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara.
As visitas ocorrerão entre os dias 9 e 20 de outubro, das 9h às 18h, conforme despacho judicial. O último a encontrar o ex-presidente será Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL e principal articulador da sigla.
Critérios e controle das visitas
Desde que Moraes impôs o regime domiciliar, Bolsonaro só pode receber visitas mediante autorização prévia do Supremo. Segundo a decisão, cada pedido de visita é submetido ao ex-presidente, que precisa manifestar concordância pessoal.
A medida foi implementada após desconforto da família Bolsonaro com visitas tidas como “oportunistas” — feitas, segundo aliados, por figuras que buscavam se beneficiar politicamente da situação.
Clima de tensão na direita
As autorizações acontecem em meio a tensões entre o PL e a família Bolsonaro. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chegou a sugerir publicamente deixar o partido, cogitando filiar-se ao PRTB, que, no entanto, negou o convite.
A movimentação de Ciro Nogueira, um dos primeiros a visitar Bolsonaro, também gerou desconforto entre conservadores. Após seu primeiro encontro com o ex-presidente, o senador declarou que “não assinaria um pedido de impeachment contra Moraes” e afirmou que Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ratinho Jr (PSD) seriam os nomes mais aptos para representar a direita em 2026 — declaração que irritou Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e resultou em troca de críticas públicas nas redes sociais.
Isolamento e estratégia
Nos bastidores, aliados afirmam que o ex-presidente está concentrado em reconstruir a base política da direita e em acompanhar de perto a atuação de parlamentares conservadores. A limitação de visitas, contudo, é vista como parte de um cerco judicial que busca enfraquecer Bolsonaro politicamente.
“Há uma tentativa evidente de isolar o presidente e esvaziar sua capacidade de articulação”, disse um assessor próximo ao PL.
Apesar das restrições, o partido de Bolsonaro segue mobilizando eventos públicos em defesa da anistia aos presos do 8 de Janeiro e mantém o discurso de perseguição política promovida pelo Judiciário.
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