Moraes tem cartão de crédito bloqueado após sanções dos EUA

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teve um cartão de crédito internacional, de bandeira americana, bloqueado por ao menos um banco brasileiro em decorrência das sanções impostas pelos Estados Unidos no âmbito da Lei Magnitsky.

Segundo a Folha de S.Paulo, a instituição ofereceu como alternativa um cartão da bandeira Elo, controlada por Banco do Brasil, Bradesco e Caixa Econômica Federal. Por operar majoritariamente no mercado interno, a bandeira nacional estaria menos exposta às medidas de Washington.

O bloqueio é até agora a consequência mais visível das sanções aplicadas ao magistrado no fim de julho, quando Moraes se tornou a primeira autoridade brasileira incluída na lista da Lei Magnitsky. O secretário de Estado do governo Trump, Marco Rubio, justificou a medida citando supostos “graves abusos de direitos humanos”, incluindo detenções preventivas injustificadas, censura a críticos políticos e ordens de bloqueio em redes sociais.

O episódio ocorre dias depois de o ministro Flávio Dino, também do STF, afirmar em decisão que ordens executivas de governos estrangeiros não produzem efeitos automáticos no Brasil — tentativa de blindar autoridades brasileiras diante das sanções.

Em entrevista à Reuters, Moraes disse que poderia contestar a decisão nos EUA, mas optou por aguardar o encaminhamento diplomático entre os dois países:

“É plenamente possível uma impugnação judicial, mas, nesse momento, aguardo a questão diplomática do Brasil com os Estados Unidos.”