Oposição promete travar empréstimo bilionário aos Correios no Congresso

O líder da oposição na Câmara, Zucco (PL-RS), afirmou que haverá “reação dura” ao plano de socorro dos Correios por meio de empréstimo de R$ 20 bilhões junto a bancos públicos e privados, com garantia do Tesouro Nacional. O tema está na pauta do Conselho de Administração da estatal e virou novo ponto de atrito entre Planalto e Congresso. 

Para a oposição, a operação transfere o risco ao contribuinte e premia má gestão, sem apresentar uma reestruturação clara — PDV, revisão de passivos e ajuste de governança — que assegure solvência no médio prazo. A avaliação é que endividar a estatal com aval público equivale a estatizar o prejuízo enquanto o serviço segue perdendo eficiência e mercado.

Aliados do governo argumentam que o crédito daria fôlego de caixa para manter operações e implementar o plano de recuperação. Mas, sem metas verificáveis de desempenho e cronograma de cortes, a resistência tende a crescer, inclusive entre parlamentares fiscalmente cautelosos.

Essencial agora:

• Exigir plano detalhado de turnaround com metas trimestrais.
• Condicionar qualquer aporte/garantia a gatilhos de governança (limite de despesas, transparência de contratos e auditoria independente).
• Avaliar alternativas de mercado (parcerias, concessões logísticas, venda de ativos não estratégicos) antes de onerar o Tesouro.

Se avançar sem contrapartidas robustas, o empréstimo corre o risco de se tornar apenas mais uma conta para o pagador de impostos — sem resolver o desequilíbrio estrutural da empresa.