PGR arquiva pedido de investigação contra Gilmar Mendes por decisões na CBF

A Procuradoria-Geral da República (PGR) arquivou o pedido de investigação contra o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relacionado à sua atuação como relator em disputas pelo comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A decisão, assinada pelo vice-procurador Hindenburgo Chateaubriand, avaliou que não havia elementos suficientes para caracterizar crime.

O arquivamento gerou críticas devido à proximidade histórica entre Mendes e a PGR: Chateaubriand é braço direito do procurador-geral Paulo Gonet, indicado por Gilmar para o cargo e ex-sócio do ministro no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).

O pedido de investigação foi apresentado pelo vereador Guilherme Kilter (Novo), que apontou possível suspeição de Mendes ao manter decisões favoráveis à antiga diretoria da CBF, mesmo sendo sócio do IDP, que tinha parceria com a entidade por meio da CBF Academy.

Em nota, a PGR afirmou que as ações de Mendes se enquadram “em questão de índole processual, acerca dos limites do eventual impedimento ou suspeição do julgador, sem nenhuma conotação penal”.

Desde janeiro de 2024, o ministro suspendeu decisões que afastariam Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF e negou outros pedidos de afastamento em 2025, mantendo-o no cargo até a desistência de Rodrigues de retornar à presidência em maio. Mendes negou qualquer conflito de interesse, alegando que o IDP apenas ofereceu cursos à CBF Academy como uma operação de direito privado.