Presidente de associação é preso por falso testemunho durante CPMI do INSS
Senador Carlos Viana (Podemos-MG) deu voz de prisão após contradições em depoimento sobre fraudes no sistema previdenciário
Por: Redação
04/11/2025 às 09:14

Foto: Abraão Lincoln Ferreira da Cruz
O presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, foi preso em flagrante por falso testemunho após prestar depoimento à CPMI do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) na madrugada desta terça-feira (4). A decisão foi tomada pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da comissão, que afirmou que o depoente mentiu diversas vezes durante a oitiva, contradizendo provas já colhidas.
“Ele pelo menos em quatro oportunidades se contrariou. Tentou esconder de todas as maneiras que continuou o mesmo esquema, dessa vez ampliando, não só tirando dos pescadores, mas também dos aposentados. Acabou preso porque mentiu na CPMI”, disse o senador em entrevista coletiva.
Após o encerramento da sessão, Abraão foi escoltado pela Polícia Legislativa e levado sob custódia.
Fraudes e desvios sob investigação
Segundo o senador Carlos Viana, a CPMI identificou que associações utilizavam listas de beneficiários do INSS para aplicar golpes em aposentados e pensionistas, com descontos indevidos e cobranças falsas. As apurações apontam ainda que servidores de carreira do INSS estariam envolvidos na venda dessas listas para grupos criminosos.
“Essas pessoas estavam presentes em todos os momentos em que os golpes aconteceram. A comissão está caminhando para as provas finais em relação a esses servidores, que, a meu ver, são o núcleo que hoje prejudicou e muito a Previdência do país”, afirmou Viana.
A CBPA é uma das entidades investigadas pela Polícia Federal na Operação Sem Desconto, que apura descontos associativos ilegais em benefícios de aposentados. Relatório da CGU (Controladoria-Geral da União) revelou que a confederação movimentou R$ 221,8 milhões entre fevereiro de 2023 e março de 2025, valores considerados indevidos. A AGU (Advocacia-Geral da União) classificou a entidade como “de fachada”, apontando ausência de estrutura compatível com o número de filiados declarados.
Abraão Lincoln já havia sido afastado judicialmente da presidência da antiga CNPA (Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores), sob suspeita de venda irregular de licenças de pesca e responde a processos por corrupção e lavagem de dinheiro.
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