Trump cogita cobrar US$ 230 milhões do Departamento de Justiça por investigações arquivadas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta terça-feira (21) que pode solicitar ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos uma indenização de aproximadamente US$ 230 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão) pelas investigações federais conduzidas contra ele antes de sua reeleição.

“Eles me devem muito dinheiro. Mas não estou procurando dinheiro. Eu doaria para caridade ou algo assim”, disse Trump a jornalistas no Salão Oval da Casa Branca.

Segundo reportagem do The New York Times, Trump busca reparação financeira por processos federais movidos contra ele entre 2023 e 2024, quando ainda não havia retomado a presidência. As acusações — relacionadas à suposta tentativa de anular a eleição de 2020 e à invasão do Capitólio em janeiro de 2021 — foram arquivadas no ano passado, após decisão do então procurador especial Jack Smith.

Indenização e embate com o Departamento de Justiça

Trump apresentou queixas formais contra o Departamento de Justiça após afirmar que as investigações foram usadas politicamente por adversários. Para o presidente, o processo gerou danos que justificariam uma compensação financeira substancial.

“É terrivelmente estranho tomar uma decisão em que estou pagando a mim mesmo”, afirmou Trump, referindo-se à possibilidade de o governo dos EUA, que preside, indenizá-lo.

Caso receba a indenização, Trump disse que destinaria os recursos a causas públicas, incluindo reformas na Casa Branca ou doações para instituições de caridade.

Reeleição e arquivamento dos processos

Trump foi reeleito em 2024, após dois processos federais movidos contra ele entre 2023 e 2024. No ano passado, o Departamento de Justiça retirou as quatro acusações criminais remanescentes, incluindo as ligadas à contestação do resultado eleitoral de 2020.

A decisão de arquivamento foi interpretada por aliados como uma vitória política, reforçando o discurso do presidente de que os processos tiveram motivação partidária durante o governo do então presidente Joe Biden.

A fala ocorre em meio à consolidação do novo mandato de Trump, que tem reforçado um discurso de responsabilização de instituições que, segundo ele, foram instrumentalizadas contra adversários políticos. Para apoiadores conservadores, a possibilidade de indenização representa uma “virada de página” em um embate que marcou todo o pós-eleição de 2020.