Conta de luz dispara 16% e se torna principal vilã da inflação em 2025
Alta da energia elétrica impulsiona IPCA de setembro e pressiona orçamento das famílias, em mais um reflexo dos custos crescentes da matriz energética brasileira
Por: Redação
10/10/2025 às 06:00

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O custo da energia elétrica pesou no bolso dos brasileiros em setembro e se tornou o principal fator de alta da inflação no ano. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a conta de luz subiu 16% no acumulado de 2025, puxando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro — que teve alta de 0,48% e reverteu a queda registrada em agosto.
O resultado é um dos maiores impactos individuais no índice oficial de inflação do ano, refletindo diretamente na pressão sobre os orçamentos domésticos e no aumento do custo de vida em diversas regiões do país.
Energia lidera alta nos preços
O grupo “habitação” foi o que mais avançou entre os nove componentes do IPCA, com alta próxima de 3% em setembro. A energia elétrica residencial sozinha subiu 10% no mês, impulsionada pelo acionamento da bandeira vermelha – patamar 2, que adiciona taxas extras às faturas dos consumidores.
A medida, adotada pelo governo federal para compensar custos de geração mais altos, ocorre em um momento de pressão adicional sobre o consumo das famílias — principalmente as de baixa renda.
Inflação oficial avança para 5% em 12 meses
Com o resultado de setembro, a inflação acumulada em 2025 chegou a 3,6%, enquanto a variação dos últimos 12 meses atingiu 5%. O indicador, embora ainda dentro da meta estipulada pelo Banco Central, acende alertas no mercado por mostrar a energia elétrica como vetor central da alta inflacionária.
Para economistas, a combinação de tarifas elevadas, matriz energética dependente de hidrelétricas e bandeiras tarifárias onerosas cria um ambiente de pressão persistente nos preços.
Críticas à política energética
Parlamentares e analistas mais críticos ao governo apontam que a política energética centralizada em Brasília tem gerado insegurança e aumento de custos para o consumidor. A demora em diversificar fontes de geração e os incentivos limitados a novas matrizes — como solar e eólica — são vistos como fatores que ampliam a dependência do modelo atual.
O tema deve ser pauta de novos embates no Congresso, principalmente entre parlamentares da oposição, que defendem a revisão do modelo tarifário e mais autonomia aos estados e municípios no setor energético.
Pressão sobre as famílias
O aumento de 16% na conta de luz afeta diretamente o consumo das famílias e o custo de produção da indústria e do comércio. Para especialistas, a tendência é que esse impacto seja sentido também em produtos básicos, elevando preços em cadeia.
A expectativa do mercado é de que o governo reveja estratégias de gestão de energia, evitando novos aumentos em um cenário de inflação sensível e de desaceleração econômica.
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