Déficit primário do governo central em julho chega a R$ 59,1 bilhões
Rombo é o segundo pior da série histórica para o mês; precatórios e reajustes aos servidores pressionam contas
Por: Redação
29/08/2025 às 09:37

Foto: Marcello Casal/Agência Brasil
As contas do governo central fecharam julho com déficit primário de R$ 59,1 bilhões, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Tesouro Nacional. O valor representa o segundo pior resultado para o mês desde 1997, ficando atrás apenas de 2020, quando o rombo atingiu R$ 87,8 bilhões.
O desequilíbrio foi impulsionado principalmente pelo pagamento de precatórios, pelos gastos com benefícios previdenciários e BPC (Benefício de Prestação Continuada) e pelo reajuste linear a servidores federais. O aumento do salário mínimo e do número de beneficiários também elevou o peso sobre as contas públicas.
Os números do governo central incluem Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social. Em julho, o déficit do Tesouro e do BC somou R$ 16,4 bilhões, enquanto a Previdência respondeu por R$ 42,7 bilhões. No acumulado de janeiro a julho, o rombo atingiu R$ 70,3 bilhões, menor que os R$ 76,2 bilhões do mesmo período de 2024. Em 12 meses, o déficit chega a R$ 34,1 bilhões, equivalentes a 0,3% do PIB.
O aumento das despesas em julho foi de 28,3% em relação ao mesmo mês do ano passado, somando R$ 57,4 bilhões adicionais. Já a receita líquida avançou apenas 3,9%, ou R$ 7,6 bilhões. Entre os destaques da arrecadação está o crescimento de 5,8% nas receitas administradas, como impostos, impulsionado principalmente por pagamentos extraordinários de pessoas jurídicas.
Para o terceiro bimestre de 2025, o Tesouro projeta déficit acumulado de R$ 74,9 bilhões, dos quais R$ 48,6 bilhões não entram na meta fiscal por se referirem a despesas extraordinárias, como precatórios e ressarcimentos a segurados do INSS.
O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, afirmou que os resultados refletem uma recuperação gradual e antecipou que o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026 será apresentado nesta sexta-feira (29), incluindo previsões de receitas para cumprir as metas fiscais.
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