Dólar recua para R$ 5,36 e Bolsa brasileira bate recorde histórico de 153 mil pontos

O dólar comercial encerrou a quarta-feira (5) em queda de 0,70%, cotado a R$ 5,361, enquanto o Ibovespa, principal índice da B3, atingiu 153.294 pontos, o maior nível da história, com alta de 1,72%.

O movimento foi impulsionado pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 15% ao ano, decisão já esperada pelos agentes financeiros. Segundo analistas, o cenário de juros estáveis e a entrada de capital estrangeiro favoreceram o avanço do mercado de ações e a valorização de ativos brasileiros.

Durante o pregão, o Ibovespa chegou a 153.583 pontos na máxima e recuou até 150.296 pontos na mínima, marcando o 11º dia consecutivo de ganhos, com acúmulo de 6,39% no período.

Otimismo com cenário global e estabilidade política

O desempenho positivo também reflete o otimismo com a política econômica internacional e a expectativa de maior previsibilidade fiscal após as recentes medidas do Congresso. Além disso, a relação mais pragmática entre os governos Trump e Lula tem contribuído para reduzir a tensão cambial e aumentar o fluxo de investimentos.

Economistas apontam, porém, que o patamar elevado dos juros continua sendo um entrave para a retomada da atividade produtiva, especialmente para o setor industrial. Entidades empresariais criticaram o Banco Central por manter a Selic em níveis considerados “excessivos”.

“Com juros tão altos, o crédito segue travado e a produção patina. Mas o mercado financeiro continua surfando nos ganhos”, afirmou um analista de investimentos.

Reação do mercado

O dólar chegou a tocar R$ 5,354 na mínima e R$ 5,405 na máxima do dia. Operadores destacaram que a entrada de capital estrangeiro em ações e títulos públicos foi determinante para a valorização do real.

Mesmo com a volatilidade global, o Brasil segue se destacando como um dos mercados emergentes mais atraentes, graças à estabilidade institucional e à robustez das reservas internacionais.