Haddad minimiza ataques de Gleisi e sai em defesa de Galípolo
Ministro da Fazenda tenta conter novo fogo amigo no governo após críticas à manutenção da Selic em 15%
Por: Redação
10/11/2025 às 17:36

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, saiu em defesa do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, nesta segunda-feira (10), após a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticar publicamente a decisão do Copom de manter a taxa Selic em 15% ao ano — o maior patamar desde 2006.
Haddad afirmou à CNN Brasil que Galípolo “está fazendo um bom trabalho” à frente do BC e destacou que o economista tem adotado medidas importantes de regulação, especialmente em áreas como fintechs e crédito imobiliário.
“Acredito que ele está fazendo um bom trabalho no BC, do ponto de vista de uma série de procedimentos que estão sendo adotados para coibir abusos do sistema financeiro”, disse Haddad.
Na contramão, Gleisi afirmou que Galípolo “deixou a desejar” ao não reduzir os juros, alegando que o país “cresce, gera empregos e tem inflação sob controle”. Para ela, manter a política monetária “tão restritiva” prejudica a indústria e o crédito.
A crítica da deputada paranaense acentuou o clima de divisão dentro do governo, em um momento em que Lula tenta pressionar o BC a cortar juros, enquanto o mercado cobra previsibilidade e responsabilidade fiscal.
Haddad, por sua vez, reforçou que “o BC é mais do que a Selic” e disse acreditar que há espaço técnico para cortes graduais — mas sem atropelar a autonomia da instituição. Ele ainda revelou ter se reunido com representantes da Febraban, que compartilham avaliação semelhante.
“Não é uma questão pessoal, é institucional. Todos têm suas opiniões — o mercado, o setor produtivo, a classe política —, mas quem decide é o BC”, afirmou.
A fala de Haddad também tentou amenizar o mal-estar com Galípolo, visto como apadrinhado político do próprio ministro, mas que vem sofrendo ataques dentro da ala mais radical do PT — incluindo Gleisi, que tenta capitalizar o descontentamento com os juros altos para desgastar a política econômica.
Críticos à esquerda consideram que Haddad tenta “blindar” Galípolo por afinidade pessoal, enquanto analistas mais independentes apontam que o ministro tenta manter a estabilidade institucional e evitar que o governo perca credibilidade fiscal após sucessivos embates internos.
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