Uneb é criticada após publicar manifesto contra megaoperação no Rio
Nota oficial da universidade classificou ação policial como “massacre” e gerou reações negativas até de alunos
Por: Redação
03/11/2025 às 16:33

Foto: Divulgação
A Universidade do Estado da Bahia (Uneb) publicou, em seu perfil oficial no Instagram, um manifesto com críticas à megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro contra criminosos da facção Comando Vermelho, ocorrida na terça-feira (28), que resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais. A nota classificou o episódio como um “massacre” e acusou o Estado de “criminalizar a pobreza” e “racializar o território” .
“Lamentamos profundamente as mortes decorrentes do massacre ocorrido no Rio de Janeiro. Mortes que expõem o uso arbitrário das forças do Estado em um projeto que criminaliza a pobreza, racializa o território e normaliza a morte de pessoas negras e periféricas”, diz o texto divulgado pela instituição.
A publicação, no entanto, provocou forte reação nas redes sociais, inclusive de perfis que se identificaram como estudantes da própria universidade, que acusaram a Uneb de usar o episódio para fazer militância política.
Uma aluna comentou:
“Como discente, sinceramente, li essa nota e senti profunda frustração. A forma como a Universidade escolhe se posicionar me parece extremamente simplista e ideológica.”
Outros seguidores classificaram o comunicado como “discurso ideológico parcial” e “tentativa de transformar uma tragédia em palco político”. Houve ainda quem ironizasse o teor do manifesto e pedisse a remoção da postagem.
“Segurança pública não se discute com slogans”, escreveu um usuário. “Nota totalmente equivocada e uma mostra total da inversão de valores”, criticou outro.
Repercussão
Nos comentários, alguns internautas também apontaram contradições no posicionamento da instituição, lembrando que, em episódios de violência em bairros próximos ao campus — como a Engomadeira, em Salvador —, as aulas são suspensas por questão de segurança.
Professores e ex-alunos também se manifestaram. O professor Carlos Santana questionou:
“A Uneb deveria ter se posicionado quando, no governo de Rui Costa, 13 pessoas foram assassinadas no Cabula.”
Intitulada “Manifesto por uma segurança pública que atue em defesa da vida”, a nota reafirma o “comprometimento da universidade com a defesa dos direitos humanos” e critica a “naturalização de chacinas e do racismo estrutural no país”.
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