Alessandro Vieira deve relatar CPI do Crime Organizado

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) deve ser o relator da CPI mista do Crime Organizado, cuja instalação está marcada para a próxima terça-feira (4 de novembro). A comissão, proposta pelo próprio Vieira, tem como objetivo investigar a expansão das facções criminosas, o envolvimento de agentes públicos e possíveis falhas nas políticas de segurança pública do país.

Em entrevista ao Poder360, o senador confirmou que “provavelmente” ficará com a relatoria. O colegiado contará com 11 titulares e 7 suplentes, e terá 120 dias de duração. A composição atual indica uma maioria oposicionista, com presença de nomes de peso como Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o ex-juiz e senador Sérgio Moro (União-PR).

Outros parlamentares alinhados à oposição também devem integrar o grupo, como Márcio Bittar (PL-AC) e Eduardo Girão (Novo-CE), caso substituam senadores licenciados. Já pelo lado do governo, o PT indicou Jaques Wagner (BA) e Rogério Carvalho (SE) como titulares, e Fabiano Contarato (ES) como suplente

O governo, no entanto, tenta reverter o quadro. Segundo o senador Otto Alencar (PSD-BA), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ainda há articulações para que Contarato assuma a presidência da CPI — tentativa de equilibrar o poder político dentro do colegiado.

A instalação da CPI ocorre um dia após a megaoperação no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho (CV), que resultou em 121 mortos e 113 prisões, incluindo quatro policiais entre as vítimas. O tema deve dominar os debates iniciais da comissão, que promete ser palco de embates intensos entre governistas e oposicionistas, especialmente sobre a responsabilidade do governo federal no combate ao crime organizado.