Brasil não pressionará Maduro a deixar o poder, afirma Celso Amorim

O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, afirmou que o governo brasileiro não pretende pressionar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, a renunciar ou abrir mão do cargo. A declaração foi dada durante entrevista em Brasília, em meio ao acirramento da crise política e institucional no país vizinho após a controvérsia envolvendo o processo eleitoral venezuelano.

Segundo Amorim, o Brasil mantém a posição de evitar qualquer medida que possa ser interpretada como interferência direta nos assuntos internos da Venezuela. Ele reiterou que o papel brasileiro é o de incentivar o diálogo e buscar caminhos pacíficos para a resolução das tensões, reforçando que “qualquer solução precisa ser construída pelos próprios venezuelanos”.

O assessor também destacou que o governo brasileiro segue acompanhando de perto os desdobramentos da crise e permanece em contato com outros países da região na tentativa de impulsionar iniciativas diplomáticas. Apesar da pressão internacional crescente sobre Caracas, Amorim reafirmou que a postura do Brasil continuará baseada na não intervenção e na defesa de saídas negociadas.

A crise na Venezuela voltou ao centro do debate internacional após denúncias de irregularidades e impasses envolvendo a autoridade eleitoral do país. Ainda assim, o governo brasileiro mantém o entendimento de que mudanças políticas devem ocorrer dentro do marco institucional e sem imposições externas.