Carla Zambelli rebate acusações de Delgatti em sessão da CCJ

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) negou nesta quarta-feira (11) as acusações feitas pelo hacker Walter Delgatti de que teria ordenado a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023. Os dois participaram de uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara marcada por bate-boca e trocas de acusações.

Zambelli foi condenada a 10 anos e 8 meses de prisão e à perda de mandato pelo suposto envolvimento no caso. Delgatti, por sua vez, recebeu pena de 8 anos e 3 meses. Após a condenação, a parlamentar viajou para a Itália alegando que não poderia ser presa, mas acabou detida no fim de julho e aguarda decisão sobre o processo de extradição para o Brasil.

Em videoconferência durante a sessão, a deputada afirmou que o hacker distorceu fatos. “Ele mente sobre o tempo que passou na minha casa, ele mente sobre a questão do mandado de prisão do Alexandre de Moraes, ele mente também sobre o meu processo. Estão dizendo que respondo a 16 casos, o que aumentou minha pena. Isso não é verdade”, declarou.

Delgatti, preso em Tremembé (SP), afirmou que Zambelli lhe prometeu proteção caso fosse descoberto. Segundo ele, as invasões ocorreram entre 2022 e 2023, por ordem da parlamentar. O hacker disse ainda que recebeu dela a instrução de inserir no sistema um falso mandado de prisão assinado pelo ministro Alexandre de Moraes e que foi orientado a tentar acessar também o TSE e o STF.

“Ela pediu que eu invadisse o TSE, o CNJ, o STF, que eu conseguisse comprovar que o sistema era violável, pois ela queria desacreditar o discurso de segurança do sistema de justiça e do TSE”, relatou o hacker.

A acusação de Delgatti também será avaliada no processo de cassação de mandato de Zambelli em análise na CCJ. Caso avance, a decisão final dependerá do plenário da Câmara, que precisa de pelo menos 257 votos para confirmar a perda definitiva do cargo.