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Relator atende pleito de Gilmar e propõe lei que dificulta impeachment de autoridades, incluindo ministros do STF
Relator atende pleito de Gilmar e propõe lei que dificulta impeachment de autoridades, incluindo ministros do STF
Projeto de Weverton Rocha exige 1,5 milhão de assinaturas ou apoio de entidades para pedidos; texto incorpora exigências do STF e retira do cidadão o direito direto de denunciar
Por: Redação
06/12/2025 às 09:40

Foto: Divulgação
O senador Weverton Rocha (PDT-MA), relator do projeto que reformula a Lei do Impeachment, apresentou um parecer que endurece significativamente as regras para abertura de processos contra autoridades — inclusive ministros do Supremo Tribunal Federal.
Entre os principais pontos, Weverton estabelece que pedidos de impeachment não poderão mais ser apresentados individualmente por cidadãos, como prevê a legislação atual. Em vez disso, só poderão ser protocolados por:
entidades como a OAB,
partidos com representação no Congresso,
ou abaixo-assinado com no mínimo 1,5 milhão de assinaturas, modelo inspirado nas regras de iniciativa popular legislativa.
O senador afirma:
“O pedido de impeachment não vai ser individualizado como é hoje… Tem que ter critérios mínimos e representativos.”
O relatório também acata a determinação de Gilmar Mendes, que na semana passada impôs — via decisão monocrática — que somente a PGR poderia protocolar denúncias contra ministros do STF e que o processo só poderia ser aberto com maioria qualificada de 54 votos, e não mais maioria simples.
Weverton classificou a medida como necessária para “proteger as instituições” e evitar que o impeachment seja acionado por “quem está zangado com o governo A ou autoridade B”, conforme aparece na página 4.
A proposta ecoa a liminar de Gilmar, que retirou do cidadão a prerrogativa constitucional de denunciar ministros do STF — mudança que provocou forte reação da direita, de setores do Senado e até de parlamentares governistas, que enxergam tentativa explícita de blindagem.
A nova regra seria votada na CCJ no dia 10, segundo anotado na página 2, mas parlamentares pressionam para reverter a influência do STF e restabelecer prerrogativas do Legislativo.
O relator afirma ter telefonado ao presidente do STF, ministro Edson Fachin, pedindo que o julgamento da liminar de Gilmar seja adiado para que o Congresso tenha tempo de concluir a tramitação da nova lei.
“Eu liguei ao presidente do Supremo (…) informando os passos que o Congresso está dando em relação ao projeto.”
Devido ao recesso e ao ritmo legislativo, Weverton reconhece que a proposta só deve ser votada em plenário em 2026, apesar da urgência.
O projeto foi elaborado inicialmente por uma comissão de juristas que contou com participação de Ricardo Lewandowski, atual ministro da Justiça e ex-ministro do STF — reforçando o peso político de quem influenciou o texto.
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