Carlos Bolsonaro encerra ciclo no Rio e parte para missão em Santa Catarina rumo ao Senado

O vereador Carlos Bolsonaro (PL) oficializou nesta quinta-feira (11/12) sua renúncia ao mandato na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, encerrando uma trajetória de mais de duas décadas como um dos principais quadros da direita carioca. Em discurso emocionado no plenário — cena registrada na imagem da página 2 do documento — Carlos afirmou que atende a um “chamado maior” ao migrar para Santa Catarina, onde disputará o Senado em 2026.

“Parto dessa cidade com o coração cheio de saudade, mas com a serenidade de quem sabe que cumpre uma missão”, declarou, reforçando que sua mudança não é saída, mas continuidade da luta por liberdade, soberania e equilíbrio entre os Poderes.

O vereador dedicou parte de sua fala ao pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente preso em Brasília após condenações do STF. Carlos classificou a situação como “uma vida injusta, resultado de um processo repleto de contradições e interpretações políticas”, destacando o voto do ministro Luiz Fux — que absolveu o ex-presidente — como exemplo de posicionamento técnico e coerente diante das fragilidades do caso.

A menção reforçou o alinhamento da família Bolsonaro na crítica à atuação do Judiciário, especialmente às decisões de ministros da Corte que vêm sendo interpretadas por opositores como extrapolação de competência.

Carlos lembrou iniciativas de impacto na capital fluminense, como a implementação do Dia Municipal da Liberdade de Expressão e projetos educacionais ligados à literatura clássica. A despedida foi marcada por elogios de parlamentares de diferentes espectros políticos, que reconheceram sua entrada precoce na vida pública e sua votação expressiva em diversas eleições.

A mudança para Santa Catarina não ocorre isoladamente. O movimento tem o aval do ex-presidente e integra a estratégia nacional do PL para ocupar posições estratégicas no Senado. Com Flávio Bolsonaro agora pré-candidato à Presidência, a vaga fluminense fica aberta para outros nomes da direita carioca, enquanto o Sul — historicamente aliado do bolsonarismo — se consolida como terreno fértil para a candidatura de Carlos.

No segundo turno de 2022, Bolsonaro obteve quase 70% dos votos no estado.

Apesar do forte eleitorado conservador, o caminho não será simples. Lideranças catarinenses do PL e do Progressistas resistem à chegada do vereador, que pressiona acordos regionais envolvendo o governador Jorginho Mello (PL) e o senador Esperidião Amin (PP).

Pesquisa Neokemp, destacada no documento, mostra que 60,5% dos catarinenses prefeririam que Carlos disputasse o Senado em seu estado de origem, enquanto 34,3% citam rejeição espontânea ao seu nome — ainda assim menor que a rejeição ao petista Décio Lima, que ultrapassa 50%.

Apesar da resistência inicial, Carlos e a deputada Carol de Toni (PL) aparecem tecnicamente empatados no somatório de intenções de voto de primeiro e segundo votos, o que mantém o vereador competitivo.

Carlos encerrou seu discurso reafirmando fidelidade às bandeiras que marcaram sua trajetória:

“Brasil acima de tudo, Deus acima de todos. O Rio sempre no meu coração, e a luta continua — em outra frente, mas com o mesmo propósito.”

A frase ecoou entre aliados como símbolo do novo ciclo da família Bolsonaro no cenário nacional.