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Documento revela que governo Lula tentou conter repercussão de fraudes no INSS
Documento revela que governo Lula tentou conter repercussão de fraudes no INSS
Registro de reunião mostra que a CGU sugeriu ao órgão criar “pauta positiva” para evitar desgaste na imprensa
Por: Redação
02/10/2025 às 09:48

Foto: Divulgação
Um registro de reunião interna do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) revela que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não apenas tinha conhecimento das fraudes em aposentadorias e pensões, como também atuou para tentar minimizar os efeitos negativos do caso junto à opinião pública.
O encontro, realizado em 9 de agosto de 2024, reuniu o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e representantes da Controladoria-Geral da União (CGU). No documento divulgado por O Antagonista, o secretário federal de Controle Interno da CGU, Ronald Balbe, sugeriu que o INSS criasse uma “pauta positiva” ao divulgar o relatório sobre os descontos ilegais em aposentadorias.
“Se a imprensa pega, sem contextualização de providências, falará que é fim do mundo”, afirmou Balbe, segundo o registro da reunião.
Além de Balbe, participaram pela CGU a diretora de Planejamento e Desenvolvimento da Atividade de Auditoria, Eliane Viegas Mota; o gerente de projetos Rodrigo Hitoshi Dias; e a auditora federal de finanças e controle Dévola da Rocha Carvalho.
Do lado do INSS, estiveram presentes Stefanutto, a diretora de Governança e Inovação, Ana Caroline Tietz, o coordenador-geral Bruno Batista Barreto, e outros gestores ligados às áreas de benefícios e atendimento.
A orientação central foi de que o INSS não se limitasse a apresentar números das irregularidades, mas preparasse uma resposta pública capaz de amenizar o impacto das descobertas.
As fraudes em aposentadorias e pensões fazem parte do escândalo conhecido como “Farra do INSS”, que levou à abertura de uma CPI e à deflagração da Operação Sem Desconto, pela Polícia Federal. O caso já resultou na queda de Stefanutto e na demissão do então ministro da Previdência, Carlos Lupi.
O registro da reunião reforça críticas de que o governo atuou mais para controlar a narrativa do que para enfrentar de forma imediata as irregularidades que atingiram milhares de beneficiários.
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