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Ex-assessor do TSE diz que redigia relatórios contra parlamentares para Alexandre de Moraes
Ex-assessor do TSE diz que redigia relatórios contra parlamentares para Alexandre de Moraes
Eduardo Tagliaferro afirmou na CCJ que guardava provas de irregularidades e citou Carla Zambelli como um dos principais alvos do ministro
Por: Redação
17/09/2025 às 17:02

Foto: Reprodução
O ex-assessor do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Eduardo Tagliaferro, declarou nesta quarta-feira (17) que produzia relatórios sobre parlamentares e personalidades da direita para enviar ao então presidente da Corte Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes. O depoimento foi dado durante audiência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.
Segundo Tagliaferro, ele passou a guardar documentos e registros de sua atuação porque considerava que havia irregularidades nas ordens recebidas. “Desde que eu entrei no tribunal, eu já percebi que o trabalho ali não era de acordo com os meus princípios, ainda mais por pedir para deletar mensagens. Eu sou perito e trabalho com as provas, eu não apago as provas”, afirmou.
O ex-assessor também disse que pediu exoneração várias vezes, mas seus pedidos foram “rasgados”. “Eu resolvi guardar tudo porque sabia que lá na frente eu poderia divulgar caso algo errado acontecesse. Só que eu não conseguia fazer aquilo dentro do Tribunal, porque pessoas longe já têm sua vida destruída, imagina dentro do Tribunal”, completou.
De acordo com ele, os principais nomes monitorados eram a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), além de Allan dos Santos, Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo. “A deputada Carla Zambelli era um dos principais pedidos do ministro”, disse Tagliaferro.
Tagliaferro deixou o TSE em maio de 2023, após ser preso e acusado de violência doméstica contra a esposa. Posteriormente, foi absolvido em um processo por disparo de arma de fogo. Atualmente, responde a investigações por supostamente vazar mensagens trocadas por servidores do gabinete de Moraes no STF.
Na CCJ, ele depôs como testemunha no processo que pode levar à cassação do mandato de Zambelli, que está detida na Itália. A parlamentar aguarda julgamento de um pedido de extradição para o Brasil, após ter sido condenada pelo STF a dez anos de prisão por envolvimento na invasão do sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
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