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Gilmar Mendes desautoriza CPMI e provoca revolta no Congresso após blindar suspeito de desvio no INSS
Gilmar Mendes desautoriza CPMI e provoca revolta no Congresso após blindar suspeito de desvio no INSS
Decisão do ministro impede depoimento de acusado em esquema bilionário e reacende debate sobre os limites de poder do STF
Por: Redação
11/11/2025 às 22:43

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de conceder habeas corpus que blindou o depoimento de um suspeito de participar do desvio de R$ 1,4 bilhão de aposentados, provocou indignação entre senadores e deputados da CPMI do INSS. Parlamentares classificaram a medida como uma “afronta ao Congresso Nacional” e um novo episódio do ativismo judicial que tem se tornado rotina na Corte.
O beneficiado pela decisão é Igor Dias Delecrode, ex-dirigente da Aasap, apontado como um dos articuladores do esquema de corrupção investigado pela comissão. Delecrode havia sido convocado para depor como testemunha, mas o habeas corpus de Gilmar lhe garantiu o direito de não responder perguntas, sob o argumento de que a condição de investigado “não pode ser artificialmente modificada”.
A reação no Parlamento foi imediata. O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Pode-MG), afirmou que o STF está “desmoralizando o Congresso” e usurpando suas prerrogativas constitucionais. “Para Gilmar e para o Supremo, o Congresso não vale absolutamente nada. Isso não pode ficar assim”, declarou o senador.
O relator da CPMI, Alfredo Gaspar (União-AL), classificou a decisão como “vergonhosa blindagem” e lembrou que o suspeito “ficou milionário aos 28 anos com dinheiro roubado de aposentados”. Já o senador Rogério Marinho (PL-RN) cobrou que a Câmara dos Deputados aprove o projeto que impõe limites ao poder exacerbado do STF, destacando que a investigação parlamentar é autônoma e não se confunde com inquéritos da Polícia Federal.
O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) foi além: “Isso não é mais um habeas corpus para proteger ladrões de responder perguntas. Isso evoluiu para impedir o próprio trabalho de investigação do Congresso”, afirmou.
A blindagem concedida a Delecrode também gerou reação nas redes sociais, com cidadãos e lideranças políticas criticando a postura de Gilmar Mendes, vista como mais um episódio de interferência indevida do Judiciário sobre as prerrogativas do Legislativo.
A CPMI investiga um rombo de R$ 1,4 bilhão em benefícios do INSS, envolvendo fraudes digitais e empresas privadas ligadas à intermediação de pagamentos a aposentados.
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