Governo anuncia operação bilionária contra crime organizado

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciaram nesta quinta-feira (28) uma das maiores operações da história contra o crime organizado, com o bloqueio de R$ 1,2 bilhão em ativos. Batizada de Carbono Oculto, a ofensiva mobilizou a Polícia Federal, a Receita Federal e outros órgãos, tendo como alvo a infiltração de organizações criminosas no mercado legal, especialmente no setor de combustíveis.

Paralelamente, a Operação Quasar mirou um grupo especializado em lavagem de dinheiro por meio de fundos de investimento sofisticados, usados para ocultar patrimônio de origem ilícita.

Segundo Lewandowski, o crime organizado tem migrado da ilegalidade para setores formais da economia, o que exigiria resposta integrada do Estado. “Não basta mais só uma operação de natureza policial. É preciso uma atividade integrada de todos os órgãos governamentais, sobretudo aqueles que trabalham com a inteligência”, disse.

A ação foi autorizada pela Justiça Federal, que determinou o bloqueio integral dos fundos e a quebra de sigilos fiscal e bancário de investigados.

O governo aproveitou a visibilidade da operação para reforçar a defesa da PEC da Segurança, em tramitação no Congresso, que amplia o poder de coordenação da União sobre polícias e órgãos de controle. A iniciativa, no entanto, tem sido criticada pela oposição, que acusa o Planalto de explorar a pauta do combate ao crime para concentrar ainda mais poder em Brasília.

Com a movimentação, o Planalto busca mostrar força no enfrentamento ao crime organizado, mas abre espaço para o debate sobre os limites entre segurança pública e uso político das operações.