Governo aposta em Alcolumbre para barrar anistia a Bolsonaro
Planalto teme aprovação da proposta na Câmara e vê no presidente do Senado a chave para segurar avanço do projeto
Por: Redação
04/09/2025 às 09:16

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Articuladores do Palácio do Planalto intensificaram a ofensiva para impedir que o projeto de anistia ampla, geral e irrestrita — que beneficiaria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e condenados do 8 de Janeiro — avance no Congresso. A aposta agora recai sobre o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), visto pelo governo como barreira natural contra a proposta.
Na avaliação do Planalto, o risco de aprovação na Câmara dos Deputados é concreto. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem conversado abertamente com lideranças de direita, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que articula em Brasília e já é citado como nome forte para 2026.
No Senado, porém, o governo acredita que a correlação de forças é outra. Alcolumbre já sinalizou não apoiar uma anistia, defendendo um texto alternativo que diferencie organizadores e financiadores de atos violentos de participantes que tiveram papel secundário. A posição atende parcialmente à pressão popular contra penas consideradas excessivas, mas frustra o desejo da oposição de ver Bolsonaro livre de processos.
“É preciso separar o joio do trigo”, disse o senador em conversas reservadas, reforçando que não há clima no Senado para aprovar a anistia nos moldes defendidos pela oposição.
Enquanto isso, a direita intensifica a mobilização. Aliados de Bolsonaro pressionam pela votação imediata e contam com a força da Câmara para acelerar o processo. A estratégia ocorre em paralelo ao início do julgamento do ex-presidente no STF, visto por parlamentares bolsonaristas como parte de um “cerco judicial” contra a principal liderança da direita.
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