Haddad usa operação da PF contra PCC para reforçar PEC da segurança pública
Ministro tenta capitalizar megaoperação no setor de combustíveis em defesa de proposta que amplia poder federal
Por: Redação
01/09/2025 às 08:41

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), aproveitou a megaoperação da Polícia Federal contra o crime organizado, realizada na última semana, para defender a PEC da segurança pública, em tramitação no Congresso. Em entrevista à Band no domingo (31.ago.2025), o petista disse que a ação prova a necessidade de integração entre órgãos federais e estaduais.
“A beleza dessa operação é que ela demonstra que o objetivo da PEC da segurança pública é forçar a integração. Chega da vaidade de órgão para órgão, vamos usar a força do Estado de comum acordo”, afirmou. Haddad classificou a iniciativa como um marco no combate à criminalidade.
A operação, deflagrada na 5ª feira (28.ago), teve como foco um esquema bilionário ligado ao PCC na cadeia de combustíveis. Batizada de Carbono Oculto, a ofensiva mobilizou cerca de 1.400 agentes da PF e da Receita Federal, atingiu 1.200 postos, 350 pessoas físicas e jurídicas e mirou quatro refinarias controladas por criminosos. Segundo as investigações, o grupo movimentou R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024, usando até fintechs para lavar dinheiro do tráfico internacional.
Apesar da magnitude do esquema, Haddad buscou enfatizar a importância da Receita Federal no processo, afirmando que o órgão, por muito tempo, não foi levado a sério no enfrentamento ao crime.
A fala do ministro ocorre em meio ao avanço da PEC da segurança pública, relatada pelo deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). A proposta amplia os poderes da Polícia Federal e prevê a criação da Polícia Viária Nacional. Para opositores, no entanto, o discurso de Haddad soa como tentativa de se apropriar politicamente de uma operação conduzida por forças policiais que, historicamente, não dependem de alinhamento ideológico para atuar.
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