Lula critica ações militares e envia indireta a Trump em cúpula da CELAC
Por: Redação
09/11/2025 às 19:00

Foto: Ricardo Stuckert
Em discurso proferido neste domingo (9) durante a cúpula da Comunidade de Estados Latino‑Americanos e Caribenhos (CELAC) em Santa Marta, na Colômbia, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, fez críticas contundentes ao uso da força militar em operações externas, mandando uma clara indireta ao presidente dos Estados Unidos Donald Trump e aos recentes posicionamentos norte-americanos na região.
Lula afirmou que “a ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e do Caribe. Velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais. Somos uma região de paz e queremos permanecer em paz. Democracias não combatem o crime violando o direito internacional.”
O pronunciamento ocorre em contexto de tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, marcado por recentes ações militares no Caribe e no Pacífico que foram atribuídas aos EUA sob o argumento de combate ao narcotráfico.
Sem citar explicitamente os Estados Unidos ou Donald Trump, o presidente brasileiro usou a tribuna para defender a soberania dos países latino-caribenhos e criticar o que chamou de “intervenções ilegais” por meio da força. Em paralelo, defendeu a necessidade de cooperação internacional para o enfrentamento do crime organizado, afirmando que “a segurança é um dever do Estado e um direito humano fundamental. É preciso reprimir o crime e suas lideranças, estrangulando o seu financiamento e eliminando o tráfico de armas. Nenhum país pode enfrentar esse desafio isoladamente.”
Durante o discurso, Lula lamentou ainda a fragmentação regional: “Voltamos a ser uma região balcanizada e dividida, mais voltada para fora do que para si própria. A intolerância ganha força e vem impedindo que diferentes pontos de vista possam se sentar à mesma mesa. Projetos pessoais de apego ao poder muitas vezes solapam a democracia.” O pronunciamento reforça a linha diplomática adotada pelo Brasil de valorização de soberania, diálogo multilateral e recusa de intervenções por motivos geopolíticos ou militares em países vizinhos.
Com esse posicionamento, o governo brasileiro sinaliza que busca distanciar-se da retórica belicista e da ordem internacional impulsionada unilateralmente, ao mesmo tempo em que reafirma que o Brasil defende uma postura de cooperação, respeito às normas internacionais e solução diplomática dos conflitos na América Latina.
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