Lula diz que não tem relação com Trump: “Ele nunca quis conversar”
Petista afirma que tarifas dos EUA foram impostas sem diálogo e que soube das medidas pela imprensa
Por: Redação
17/09/2025 às 22:05

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quarta-feira (17), em entrevista à BBC News Internacional, que não mantém qualquer relação com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e que nunca tentou telefonar para o republicano porque “ele nunca quis conversar”.
Segundo Lula, as tarifas impostas por Washington ao Brasil foram anunciadas de forma unilateral, sem aviso prévio ao governo brasileiro. “Eu fiquei sabendo pelos jornais aqui no Brasil. Nem o meu Ministério das Relações Exteriores recebeu [aviso]. Foi uma coisa taxada simplesmente de uma pessoa que não quer conversar, não quer dialogar. Não é comigo, não. É com ninguém”, afirmou.
Relações passadas e abertura ao diálogo
O petista destacou que manteve interlocução com outros presidentes norte-americanos, como George W. Bush, Barack Obama e Joe Biden, mas disse que Trump “não quis conversar” com o Brasil. Ainda assim, sinalizou disposição para um eventual encontro:
“Quando eles quiserem conversar, o Brasil está pronto. E com o Trump, na hora que ele quiser, eu estou disposto a conversar.”
Defesa da soberania
Durante a entrevista, Lula frisou que negociações comerciais e econômicas podem ocorrer, mas rejeitou incluir a democracia e a soberania brasileira em qualquer pauta.
“O que não tem negociação é a questão da soberania nacional. A nossa democracia e a nossa soberania não estão na mesa de negociação. Ela é nossa, é do povo brasileiro. E aqui mandamos nós.”
Críticas de Trump ao Brasil
O republicano tem elevado o tom contra o Brasil nas últimas semanas. No início de setembro, acusou o governo Lula de representar uma “esquerda radical” que estaria prejudicando o país.
“Estamos muito chateados com o Brasil. Nós os tarifamos muito alto porque eles estão fazendo algo muito infeliz”, disse, em entrevista na Casa Branca.
Três semanas antes, Trump já havia classificado o Brasil como “um parceiro comercial horrível”, alegando que o país impõe “tarifas enormes” contra produtos norte-americanos.
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