Lula se encontra com neto de Fidel Castro durante evento do PT em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu neste domingo (3), em Brasília, com Fidel Antonio Castro Smirnov, conhecido como Fidelito, neto do ditador cubano Fidel Castro. O encontro aconteceu durante o encerramento do 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), realizado na capital federal.

O momento foi divulgado nas redes sociais por Washington Quaquá (PT), prefeito de Maricá (RJ), que disse ter sido um dos articuladores do "encontro simbólico".

“O Congresso também foi marcado por um encontro simbólico que ajudei a construir: o abraço entre Lula e Fidelito, neto de Fidel. Um gesto de afeto e história, que agora se transforma em futuro”, publicou Quaquá em sua conta no X (antigo Twitter).

Segundo ele, Fidelito irá desenvolver pesquisas em medicina nuclear em Maricá, município governado pelo PT e conhecido por receber investimentos milionários de fundos públicos em programas sociais e parcerias internacionais incomuns para uma cidade de pequeno porte.

Presenças de peso no encontro
O evento partidário reuniu algumas das principais lideranças petistas, como a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o novo presidente do PT, Edinho Silva, que assumiu oficialmente a direção do partido no mesmo dia, com o discurso de que a legenda precisa se preparar para um futuro sem Lula nas urnas.

O encontro com o herdeiro da dinastia Castro gerou críticas de setores mais conservadores nas redes sociais, que associaram o gesto à proximidade ideológica entre o PT e regimes autoritários da América Latina. Fidel Castro, avô de Fidelito, governou Cuba por quase 50 anos sob um regime de partido único, marcado por repressão política e censura.

Cuba, Maricá e conexões ideológicas
O vínculo entre Cuba e setores do PT não é novo. Durante os anos anteriores, governos petistas mantiveram relações próximas com o regime cubano, inclusive financiando obras como o Porto de Mariel, por meio do BNDES, com empréstimos milionários que ainda geram questionamentos sobre sua efetividade e retorno ao país.

Agora, com a vinda de Fidelito a Maricá, as críticas se voltam à utilização de recursos municipais para projetos internacionais cuja transparência e benefício direto à população local ainda não foram claramente explicados.

Fidel Castro morreu em 2016, após décadas no poder. Seu irmão, Raúl Castro, comandou o país até 2021, quando a presidência passou a Miguel Díaz-Canel, atual líder do regime.