Ministério da Cultura quer transformar escolas de samba em pontos de cultura

O Ministério da Cultura (MinC) anunciou que pretende incentivar escolas de samba a se tornarem pontos de cultura, status concedido a entidades da sociedade civil que desenvolvem atividades culturais em comunidades. A mudança permitirá que essas agremiações tenham acesso aos recursos da Política Nacional de Cultura Viva, que dispõe de R$ 500 milhões anuais para financiar projetos.

O anúncio foi feito pelo secretário-executivo do MinC, Márcio Tavares, durante o 7º Congresso Nacional das Escolas de Samba (Conasamba), realizado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis.

"Queremos promover políticas públicas que sejam duradouras, transformadoras e contribuam efetivamente para o desenvolvimento do carnaval brasileiro", afirmou Tavares em registro do ministério.

Além da mudança de status, o MinC anunciou a criação de um grupo de trabalho permanente sobre o carnaval, a oferta de cursos de capacitação na plataforma Escola Solano Trindade (Escult) e apoio para que escolas de samba apresentem projetos em editais públicos, como os da Lei Aldir Blanc.

No encerramento do congresso, a Federação Nacional das Escolas de Samba divulgou a Carta de Florianópolis 2025, na qual reivindica políticas públicas permanentes, incluindo financiamento para infraestrutura cultural, promoção de projetos de internacionalização e maior acesso ao mercado da indústria cultural.

Embora o governo apresente a medida como valorização da cultura popular, críticos questionam a destinação de recursos em meio a outras demandas urgentes do país, como saúde, educação e segurança. Para eles, transformar escolas de samba em beneficiárias diretas de verbas públicas pode ampliar ainda mais o debate sobre o uso da máquina estatal em políticas de caráter eleitoral e de visibilidade.