Ministro do governo Lula é acusado de pagar aluguel a si mesmo com verba partidária

O ministro do Turismo, Celso Sabino, foi denunciado pela Revista Oeste por supostamente ter usado recursos do União Brasil para pagar aluguel à própria empresa, a Capital Real Imóveis. De acordo com a apuração, entre 2022 e 2024, o partido pagou R$ 244,7 mil para manter como sede um casarão situado na Praça Barão do Rio Branco, em Belém (PA), que pertence à empresa controlada por Sabino.

Segundo a reportagem, o primeiro contrato de locação foi firmado em dezembro de 2021, ainda quando Sabino presidia o PSL no Pará. Mesmo após a fusão que deu origem ao União Brasil, o acordo foi mantido com pagamentos feitos por meio dos fundos partidário e eleitoral.

Em nota, Sabino afirmou que é apenas acionista da Capital Real e que não exerce controle direto sobre a empresa. Ele defendeu que o valor cobrado pelo aluguel é “abaixo do mercado”, garantindo que imóveis semelhantes na região são anunciados por valores muito maiores.

O União Brasil, por sua vez, teria alegado desconhecer a relação societária entre o ministro e a empresa locadora até ser questionado pela imprensa. A legenda afirmou que, se soubesse do vínculo, não teria autorizado os pagamentos, já que a prática, segundo o partido, contraria normas internas que proíbem dirigentes de utilizar verba partidária para benefício pessoal.

Após a revelação, o partido afirmou que suspendeu os pagamentos ao imóvel. O episódio levanta questionamentos sobre transparência no uso dos recursos partidários e sobre o papel de dirigentes eleitos que mantêm relações empresariais com suas legendas.