Moraes reage a acusações de adulteração de documentos feitas por ex-assessor
Ministro alega “regularidade” mesmo sob denúncias graves
Por: Redação
04/09/2025 às 07:53

Foto: Reprodução
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), correu para rebater nesta quarta-feira (3) as denúncias feitas por seu ex-assessor Eduardo Tagliaferro, que hoje vive foragido na Itália. Tagliaferro apresentou ao Senado documentos e metadados que indicam adulteração de datas em relatórios oficiais, levantando suspeitas de fraude em decisões do magistrado.
Segundo o perito, um documento assinado no caso das chamadas “milícias digitais” teria sido produzido apenas em 28 de agosto de 2022, mas foi juntado ao processo com a data retroativa de 22 de agosto. A manobra, de acordo com Tagliaferro, buscava encobrir que a Polícia Federal atuou unicamente a partir de notícias publicadas pela imprensa, e não de uma investigação formal.
“Houve adulteração. O gabinete não seguia o rito da Justiça, mas o ‘rito inverso’: Moraes decidia antes e só depois mandava produzir relatórios para justificar suas ordens”, declarou Tagliaferro, que ainda disse ter prazer em fazer uma acareação direta com o ministro.
Em nota, Moraes negou irregularidades e recorreu ao discurso formal de que “todos os procedimentos foram oficiais e regulares”. O ministro citou que relatórios do TSE “apenas descreviam postagens ilícitas em redes sociais”, e garantiu que tudo foi repassado à PGR.
A denúncia de Tagliaferro acontece em meio à coleta de assinaturas para a CPMI da “Vaza Toga”, que já ultrapassou o número mínimo exigido e pretende investigar abusos cometidos por ministros do STF. O caso, portanto, pode aumentar a pressão sobre Moraes, visto por parlamentares da oposição como símbolo de um Supremo que extrapola seus limites e interfere na política.
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