
Início
/
Notícias
/
Economia
/
Haddad apresenta plano de contingência contra tarifaço de Trump, mas Brasil mantém aposta no diálogo
Haddad apresenta plano de contingência contra tarifaço de Trump, mas Brasil mantém aposta no diálogo
Com tarifa de 50% prestes a entrar em vigor, governo Lula tenta última cartada diplomática enquanto prepara medidas emergenciais para setores afetados
Por: Redação
28/07/2025 às 22:20

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou nesta segunda-feira (28) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um plano de contingência para minimizar os impactos da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O aumento entra em vigor na próxima sexta-feira (1º) e já provoca apreensão em setores exportadores e industriais do país.
“O presidente já está ciente dos cenários possíveis. Nosso foco continua sendo negociar”, disse Haddad ao sair do Ministério da Fazenda, em Brasília. Apesar de não detalhar as ações previstas no plano, o ministro indicou que as medidas emergenciais estão prontas e poderão ser implementadas caso o tarifaço se confirme.
Segundo Haddad, o governo ainda aguarda uma resposta formal da Casa Branca às comunicações enviadas por canais diplomáticos. As tratativas estão sendo conduzidas diretamente pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que também acumula o cargo de ministro da Indústria e Comércio.
“O Brasil não sairá da mesa de negociação”, reforçou o ministro, destacando que o material técnico preparado pelas pastas econômicas já está sendo debatido em reuniões internas com outros ministros.
Isolamento diplomático e incerteza política
Apesar do esforço do governo brasileiro, o governo Trump tem se mostrado inflexível. Em entrevista recente, Haddad afirmou que a nova administração norte-americana tem adotado uma postura centralizadora e que as conversas com o Brasil têm ocorrido apenas em nível técnico, sem abertura para diálogo político direto entre os chefes de Estado.
Nos bastidores, a avaliação é que a decisão de Trump tem viés político e protecionista, com potencial de atingir duramente produtos estratégicos da economia brasileira, especialmente do agronegócio e da indústria de base. Há receio de que as tarifas gerem desemprego, perda de competitividade e desestabilização de setores já fragilizados.
Apostas em estímulos locais
Em paralelo, o governo Lula sancionou nos últimos dias um programa de incentivo à exportação e avalia linhas de crédito e compras públicas para socorrer empresas atingidas pela medida americana. O plano de Haddad também contempla um possível fundo emergencial para pequenas e médias empresas, consideradas as mais vulneráveis.
Ainda assim, o Palácio do Planalto insiste no caminho da diplomacia e do apelo multilateral, tentando evitar retaliações imediatas ou rompimentos que possam prejudicar a imagem internacional do país.
Faltando apenas quatro dias para a entrada em vigor das tarifas, o clima é de expectativa e incerteza. Para o governo brasileiro, resta pouco tempo e espaço de manobra. Se o tarifaço for mantido, a resposta terá de ser rápida — e com consequências econômicas e políticas que ainda são difíceis de prever.
Veja mais em >>> Rede Comunica Brasil
Assine nossa news letter
Receba as principais notícias do dia direto no seu e-mail.