Boris Johnson recebeu R$ 1,8 milhão após encontro com ditador Nicolás Maduro
Ex-premiê britânico, que já havia chamado Maduro de “ditador maligno”, agora é acusado de contradição
Por: Redação
09/09/2025 às 09:24

Foto: Daniel Leal
O ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson (Partido Conservador) teria embolsado cerca de £ 240.000 (R$ 1,8 milhão) após se reunir com Nicolás Maduro, presidente da Venezuela e líder do regime socialista que mergulhou o país em miséria e autoritarismo. A revelação foi feita pelo jornal The Guardian a partir de documentos vazados.
A reunião ocorreu em fevereiro de 2024, durante férias de Johnson na República Dominicana, e durou 45 minutos. O encontro contou também com a presença de Maarten Petermann, gestor do fundo de hedge Merlyn Advisors. Segundo os documentos, a fatura foi emitida em março e paga em maio.
O contrato firmado por Johnson com a Merlyn Advisors previa pagamentos de até £ 200.000 por reunião, podendo chegar a £ 1,6 milhão por ano, além de um salário mensal de £ 35.000 para bancar um think tank no Reino Unido.
A revelação expõe uma grave contradição: durante seu mandato como premiê, Johnson havia definido Maduro como um “ditador de um regime maligno”, mas agora aparece lucrando com encontros ao lado do próprio chavista.
A polêmica ganha força porque Johnson já havia negado publicamente qualquer pagamento relacionado a reuniões na Venezuela e também negado vínculos contratuais com a Merlyn Advisors.
Segundo o Sunday Times, antes da viagem Johnson chegou a telefonar para David Cameron, então secretário de Relações Exteriores, de dentro de um jato particular no Caribe. No entanto, omitiu a participação de Petermann no encontro.
Johnson não quis se pronunciar. Maduro, por sua vez, aproveita cada vez mais brechas no cenário internacional para tentar quebrar seu isolamento diplomático e dar verniz de legitimidade a um regime acusado de violar direitos humanos, perseguir opositores e destruir a economia venezuelana.
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