Chefe de gabinete denuncia “operação política” contra irmã de Milei e acusa oposição de tentar desestabilizar governo

O chefe de gabinete do presidente argentino Javier Milei, Guillermo Francos, afirmou nesta quarta-feira (27) que as acusações de corrupção contra Karina Milei, irmã do presidente e secretária-geral da presidência, fazem parte de uma “operação política” com objetivo de desestabilizar o governo.

Francos falou durante sessão na Câmara dos Deputados, convocada pela oposição para prestar esclarecimentos sobre o caso. “Enquanto o Congresso Nacional sancionava uma Lei de Emergência sobre Deficiência, que exige o uso de recursos financeiros dos quais o Estado atualmente não dispõe, uma operação política foi orquestrada com a divulgação de supostas gravações de áudio do ex-chefe da Agência Nacional de Deficiência (Andis)”, declarou, segundo o jornal Clarín.

As gravações, divulgadas pela imprensa na semana passada, atribuem ao ex-diretor-executivo da Andis, Diego Spagnuolo, a acusação de que Karina Milei e Eduardo “Lule” Menem, assessor presidencial, estariam envolvidos em um esquema de corrupção em contratos de fornecimento de medicamentos. Spagnuolo foi demitido após o escândalo.

Francos rebateu as denúncias e associou a ofensiva ao kirchnerismo. “Que fique claro: tanto a aprovação de leis que exigem recursos que quebram o equilíbrio fiscal, quanto a difamação de funcionários com acusações infundadas, fazem parte do mesmo padrão: as ações de um pequeno grupo de pessoas que, nesta nova Argentina, não têm mais lugar”, disse.

O assessor Eduardo “Lule” Menem também negou qualquer participação em irregularidades. Em publicação no X, afirmou nunca ter atuado em contratos da Andis e garantiu não duvidar da integridade de Karina Milei.

Na contramão do governo, o advogado Gregorio Dalbón, que defende a ex-presidente Cristina Kirchner em processos de corrupção, apresentou denúncia criminal contra Javier e Karina Milei. Para aliados, a iniciativa faz parte de mais uma tentativa de setores ligados ao kirchnerismo de minar as mudanças propostas pela atual gestão.