Ex-funcionário do Tesouro dos EUA afirma que regime da Venezuela financiou campanhas de esquerda na América Latina, incluindo o Brasil

O ex-secretário assistente para o Financiamento do Terrorismo do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, Marshall Billingslea, afirmou que o regime de Nicolás Maduro utilizou recursos ilícitos para financiar campanhas políticas de esquerda na América Latina, incluindo o Brasil. A declaração foi feita nesta segunda-feira (21) durante uma audiência do Comitê do Senado dos EUA sobre Controle Internacional de Narcóticos.

Billingslea, que atuou em cargos estratégicos nas áreas de segurança e finanças internacionais durante o governo Donald Trump, declarou que a Venezuela se tornou um centro de articulação política regional, utilizando dinheiro de origem corrupta para sustentar movimentos socialistas no continente. 

“O regime que espalhou o socialismo na América Latina é o venezuelano. É o dinheiro sujo e corrupto da Venezuela que financiou a campanha de [Gustavo] Petro [presidente da Colômbia]. Eles canalizaram dinheiro para o México e o Brasil. Com a democracia na Venezuela, acaba o dinheiro para campanhas socialistas na região, as receitas de petróleo para Cuba e o apoio à Nicarágua”, afirmou Billingslea aos senadores.

Durante a audiência, o ex-funcionário americano também acusou o regime de Maduro de transformar a Venezuela em um refúgio para o grupo Hezbollah, oferecendo documentos falsificados, acesso a rotas de tráfico de drogas e facilidades logísticas no Hemisfério Ocidental. 

“Com sua infraestrutura libanesa em ruínas e o financiamento iraniano incerto, o Hezbollah fará uma guinada decisiva para a América Latina, em especial para o tráfico de drogas”, alertou.

As declarações de Billingslea surgem em meio a novas revelações sobre supostos repasses de recursos venezuelanos a partidos e líderes de esquerda. Na semana passada, o ex-chefe da inteligência venezuelana, Hugo “El Pollo” Carvajal, teria informado ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos que fundos da petroleira estatal Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA) foram utilizados para financiar campanhas políticas em outros países durante os governos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro.

Segundo o relato de Carvajal, as transferências ilegais eram feitas por meio de intermediários e empresas estatais, e teriam beneficiado lideranças de esquerda como Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Néstor Kirchner (Argentina), Evo Morales (Bolívia), Fernando Lugo (Paraguai), Ollanta Humala (Peru), Manuel Zelaya (Honduras) e Gustavo Petro (Colômbia).