Maduro acusa EUA de tentar mudança violenta de regime na Venezuela

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela), afirmou nesta sexta-feira (5) que os Estados Unidos mantêm um “plano de mudança violenta de regime” em seu país e em outras nações da América Latina e do Caribe.

Em cerimônia de ativação operacional da Milícia Nacional Bolivariana, Maduro pediu que Washington “abandone as ameaças” e disse que os norte-americanos precisam “respeitar a soberania, o direito à paz e à independência” da região.

A declaração ocorre em meio ao aumento das tensões militares no Caribe. Na última terça-feira (2.set), um barco venezuelano foi abatido por forças norte-americanas ao sul do mar do Caribe.

Segundo Maduro, o episódio não deveria levar a um conflito armado. “Tivemos diferenças, mas nenhuma delas poderia levar a um conflito militar de alto impacto ou violência na América do Sul. A Venezuela sempre esteve disposta a dialogar, mas exigimos respeito ao nosso país e ao nosso povo”, afirmou.

Milícia bolivariana

Na quinta-feira (4), Maduro já havia descrito a convocação da milícia como uma “grande jornada de organização”. O regime diz contar com 8,2 milhões de cidadãos alistados ao chamado “sistema defensivo nacional”, que, segundo o chavismo, teria a função de responder a possíveis ataques externos.

Críticos, no entanto, apontam que a mobilização da milícia reforça a militarização da vida civil e serve como instrumento político de controle social do regime chavista, que enfrenta grave crise econômica e crescente isolamento internacional.