Milei acusa Hamas de bloquear alimentos em Gaza e questiona relatório da ONU

O presidente da Argentina, Javier Milei, declarou nesta quarta-feira (3) que o grupo terrorista Hamas impede a entrada de alimentos na Faixa de Gaza, contestando o relatório da ONU que apontou situação de fome em várias regiões do enclave palestino. Em entrevista ao podcast 21 News, apresentado por Louis Sarkozy, Milei afirmou:

“Os alimentos vão, mas os terroristas do Hamas não os deixam entrar.”

Segundo o mandatário argentino, reportagens internacionais sobre fome em Gaza seriam manipuladas para desgastar o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Milei citou um exemplo de uma publicação que considerou falsa.

“Sem ir mais longe, uma capa de uma famosa revista mostrava o problema de que na Faixa de Gaza as pessoas estavam morrendo de fome e acontece que a foto era falsa.”

Em julho, o jornal francês Libération publicou imagem de uma criança palestina desnutrida para ilustrar a crise alimentar, mas a agência AFP confirmou posteriormente que a fotografia era autêntica, registrada por um fotógrafo credenciado.

Milei também afirmou que campanhas de denúncia sobre a fome buscam atingir Netanyahu.

“Porque é ele quem tem bem claro o que está em jogo e por isso querem colocá-lo em xeque.”

O presidente argentino destacou ainda a posição da Argentina como um dos países mais seguros e confortáveis para a comunidade judaica e manifestou preocupação com o crescimento do antissemitismo no Ocidente, principalmente na Europa e nos Estados Unidos.

Desde que assumiu a presidência, Milei tem estreitado relações com Israel, transformando a Argentina em um aliado estratégico da nação no combate ao terrorismo no Oriente Médio. Em junho, durante visita a Israel, confirmou a transferência da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, seguindo o exemplo do ex-presidente norte-americano Donald Trump em 2018.

No mês passado, a ONU, por meio da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (CIF), declarou situação de fome no norte da Faixa de Gaza, responsabilizando o bloqueio imposto por Israel. O governo israelense rejeitou a avaliação, alegando que a entidade atua de forma politizada e reforça a narrativa do Hamas.