“Obras que Jerônimo entrega foram iniciadas por Rui Costa”, diz ex-presidente da UPB vê desgaste do PT após 20 anos no poder na Bahia

O ex-presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB) e ex-prefeito de Belo Campo, Quinho Tigre, reconheceu que o PT enfrentará uma eleição estadual mais difícil em 2026, após duas décadas consecutivas no comando do Estado.

Pré-candidato a deputado estadual, Quinho afirma que o governador Jerônimo Rodrigues ainda mantém uma leve vantagem por estar no poder, mas alerta que o cenário será mais competitivo do que em pleitos anteriores.

“Eu acho que ainda está indefinido, embora tenha uma leve vantagem do governador Jerônimo, que está no poder e que a Bahia hoje conhece. Mas naturalmente a eleição será difícil, será dura”, afirmou em entrevista ao portal Políticos do Sul da Bahia.

Segundo Quinho, a própria vitória de 2022 já deu sinais de alerta para a base petista. Mesmo com o apoio do governo federal em alta, a diferença de votos foi menor que em anos anteriores, revelando desgaste da máquina governista.

Continuidade de obras limita identidade política de Jerônimo

O ex-gestor também avalia que parte dos desafios do governo vem da falta de marca própria da atual gestão, que segue executando obras iniciadas na administração anterior de Rui Costa. Segundo ele, isso reduz o poder de mobilização política de Jerônimo e exige uma revisão estratégica.

Oposição fortalecida no interior

Outro ponto destacado por Quinho é a articulação da oposição no interior do estado, enquanto a base governista enfrenta disputas internas por espaço na chapa majoritária. Para ele, os próximos meses serão decisivos para o governo consolidar alianças e retomar sintonia com prefeitos e lideranças municipais.

“O pós-Carnaval será o marco para a definição da chapa governista, permitindo que a corrida eleitoral comece com estabilidade, clareza de projeto e alinhamento com as bases”, completou.

A fala de Quinho reflete uma percepção crescente no cenário político baiano: após 20 anos de hegemonia, o PT entra na eleição de 2026 com mais resistência no interior e sinais de desgaste político, enquanto a oposição busca aproveitar o momento para crescer.