Bolsonaro fica em casa e acompanha atos pró-anistia por videochamada

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não participou presencialmente dos atos a favor da aprovação de anistia, realizados neste domingo (3), em Brasília e em diversas capitais. Com restrição judicial que lhe impede de sair de casa aos fins de semana, Bolsonaro acompanhou os protestos à distância por meio de uma videochamada, transmitida por sua esposa, Michelle Bolsonaro.

Os atos, que ocorreram em ao menos 62 cidades do país, mobilizaram apoiadores que pediam a anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro e exigiam a destituição do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em São Paulo, cerca de 57 mil pessoas estiveram presentes na Avenida Paulista, segundo estimativa de jornalismo independente. A ausência de Bolsonaro não foi impedimento para que seus seguidores se reunissem, segundo relatos visuais capturados nos locais dos protestos.

Todas as manifestações foram organizadas por grupos aliados à ala bolsonarista, incluindo participação de lideranças como o pastor Silas Malafaia, deputados federais e membros do PL. Cartazes com mensagens como “Fora Moraes”, além de gritos contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcaram o tom crítico dos protestos.

Ao acompanhar os eventos de sua residência em Brasília, Bolsonaro manteve contato com os apoiadores por meio de vídeo, em um gesto que reforça sua presença simbólica apesar das restrições judiciais. Ele segue proibido de participar de atos públicos nos finais de semana por decisão de Moraes, e deve cumprir toque de recolher durante a semana — entre 19h e 7h.

A mobilização também serviu para reforçar a pressão sobre o Legislativo nacional, com pedidos de avanço de projetos que concedem anistia aos envolvidos nos incidentes de janeiro. O tema permanece sem votação na Câmara dos Deputados até o momento, apesar dos apelos dos organizadores das manifestações e dos apoiadores da causa.