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Câmara aprova projeto de Sergio Moro que criminaliza planejamento de ataques contra agentes públicos
Câmara aprova projeto de Sergio Moro que criminaliza planejamento de ataques contra agentes públicos
Proposta prevê penas de até 12 anos de prisão e amplia proteção a autoridades, familiares e servidores ameaçados por facções criminosas
Por: Redação
08/10/2025 às 09:51

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (7) o projeto de lei 1.307/2023, de autoria do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), que torna crime o planejamento de ataques contra agentes públicos envolvidos em investigações ou processos contra o crime organizado. O texto, já aprovado pelo Senado, segue agora para sanção presidencial.
O projeto foi apresentado após a Operação Sequaz, da Polícia Federal, deflagrada em 2023, revelar que integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) planejavam sequestrar e assassinar Moro e outras autoridades. À época, a investigação apontou o uso de recursos oriundos do tráfico de drogas para financiar o plano.
Penas mais severas e novas tipificações
O texto aprovado fixa pena de 4 a 12 anos de reclusão e multa para quem planejar, ordenar ou contratar ataques contra agentes públicos, incluindo juízes, promotores, advogados, peritos, testemunhas, jurados e defensores dativos.
A punição também se estende a familiares até o terceiro grau dessas pessoas, reconhecendo a vulnerabilidade de parentes em casos de represália de facções criminosas.
O projeto ainda tipifica a conduta de conspiração para obstrução de ações contra o crime organizado, aplicando a mesma pena para duas ou mais pessoas que se unam para cometer ameaças ou violência contra servidores da lei.
O cumprimento da pena deve ocorrer em presídio federal de segurança máxima, inclusive para presos provisórios — uma forma de garantir isolamento e segurança do sistema prisional.
Moro celebra aprovação e cita “resposta ao crime organizado”
Nas redes sociais, Sergio Moro comemorou a aprovação, destacando o caráter simbólico da proposta.
“O objetivo é que casos como o do delegado Ruy Fontes não se repitam jamais. O crime organizado mata aqueles sem proteção da lei. Este projeto é uma resposta importante do Congresso contra as ameaças aos agentes da lei”, escreveu o senador no X (antigo Twitter).
Moro foi juiz corregedor do Presídio Federal de Catanduvas (PR) em 2009 e, como ministro da Justiça do governo Bolsonaro, assinou a Portaria 157/2019, que acabou com as visitas íntimas nas prisões federais — medida que teria irritado lideranças do PCC.
Proteção ampliada e política de segurança
Além das novas tipificações criminais, o projeto prevê ampliação das medidas de proteção para autoridades aposentadas, membros do Judiciário, promotores, policiais e familiares sob risco. A avaliação das ameaças ficará a cargo da polícia judiciária ou do órgão de direção da respectiva força de segurança.
A iniciativa é vista como um avanço na legislação de enfrentamento às facções criminosas, em um momento em que o Congresso tenta endurecer a política de segurança pública após o aumento das ameaças a autoridades.
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