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Ex-procurador do INSS investigado por corrupção compra mansão de R$ 5,3 milhões após operação da PF
Ex-procurador do INSS investigado por corrupção compra mansão de R$ 5,3 milhões após operação da PF
Mesmo sob investigação por desvios de benefícios de aposentados, Virgílio Filho ampliou patrimônio com imóveis e carros de luxo; CGU aponta enriquecimento de R$ 18 milhões
Por: Redação
03/11/2025 às 08:26

Foto: Construtora Andrade Ribeiro/Divulgação
O ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Filho, e sua esposa, a médica Thaisa Hoffmann Jonasson, compraram uma “mansão suspensa” de R$ 5,3 milhões em Curitiba (PR) em maio de 2025, apenas um mês após a deflagração da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal (PF), que investiga fraudes e desvios milionários em benefícios de aposentados.
O imóvel, um apartamento de 340 m² no edifício Seventy Upper Mansion, é apenas parte de um patrimônio incompatível com os rendimentos do casal. Servidor de carreira da Advocacia-Geral da União (AGU), Virgílio recebia cerca de R$ 24 mil mensais, mas adquiriu veículos de luxo, como um Porsche Cayenne híbrido (R$ 789 mil) e uma Mercedes-Benz GLB 35 AMG (R$ 508 mil), além de ter reservado um Audi A5 de R$ 380 mil, segundo o Relatório de Inteligência Financeira do Coaf.
A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou um acréscimo patrimonial de R$ 18 milhões no período investigado. Já Thaisa, sua esposa, chegou a reservar um apartamento de R$ 28 milhões na Senna Tower, em Balneário Camboriú (SC) — empreendimento apresentado como “o prédio residencial mais alto do mundo”.
Mesmo após ser afastado judicialmente em abril de 2025, Virgílio continuou sob holofotes. Documentos sigilosos enviados à CPMI do INSS mostram que o casal comprou três imóveis à vista entre 2022 e 2024, em Curitiba e Brasília, incluindo um apartamento às margens do Lago Paranoá, próximo ao Palácio da Alvorada.
Segundo a PF, o ex-procurador recebeu R$ 11,9 milhões de empresas ligadas à “Farra do INSS”, esquema que teria desviado recursos de benefícios previdenciários. Em depoimento à CPMI, ele negou as acusações e disse não ser “réu, indiciado ou condenado”, afirmando atuar de forma “técnica e apartidária”. Sua esposa, por orientação jurídica, manteve silêncio ao ser questionada sobre as compras.
A trajetória de Virgílio Filho, que ocupou o cargo de procurador-geral do INSS tanto no governo Bolsonaro quanto no governo Lula, reacende o debate sobre a falta de controle interno no funcionalismo público e o aparelhamento político de cargos estratégicos, especialmente em áreas sensíveis como a Previdência.
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