Governo Lula dobra gastos com propaganda digital em 2025
Levantamento mostra que a Secom destinou R$ 69 milhões a campanhas na internet — 110% a mais que no mesmo período de 2024
Por: Redação
08/10/2025 às 09:40

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Os gastos do governo federal com publicidade na internet dobraram em 2025, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (7) com base em dados do portal g1. De acordo com o relatório, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) destinou R$ 69 milhões para ações digitais desde janeiro — um aumento de 110% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando os investimentos somaram R$ 33 milhões
As campanhas são executadas por agências de publicidade contratadas pelo Palácio do Planalto, responsáveis por desenvolver estratégias de comunicação online que complementam as ações tradicionais de rádio e TV. A ampliação das verbas ocorre em meio à aproximação das eleições municipais de 2026, cenário que tem elevado o volume de gastos públicos com comunicação institucional.
Foco em redes sociais e influenciadores
Além da ampliação das campanhas digitais, a Secom tem reforçado a contratação de influenciadores e criadores de conteúdo para divulgar ações do governo nas redes sociais. Essa estratégia, usada com maior intensidade desde 2023, visa aumentar o alcance das pautas positivas do Planalto junto ao público jovem e aos usuários de plataformas como Instagram, YouTube e TikTok
Especialistas em comunicação política observam que essa tendência reflete o uso crescente da publicidade estatal como instrumento de influência. Enquanto o governo alega estar modernizando a comunicação institucional, críticos apontam risco de uso eleitoral dos recursos públicos, já que parte das ações ocorre em perfis e canais com posicionamentos ideológicos favoráveis ao presidente Lula.
O aumento de gastos com propaganda digital ocorre em um momento de estagnação na popularidade do governo. Pesquisas recentes, como a Genial/Quaest, mostram que a aprovação de Lula (48%) está empatada com a desaprovação (49%), dentro da margem de erro.
Parlamentares da oposição afirmam que a expansão dos contratos de comunicação revela prioridade política do governo em melhorar sua imagem, enquanto áreas essenciais como saúde e segurança pública enfrentam contingenciamentos orçamentários.
Transparência e fiscalização
Em resposta às críticas, a Secom afirma que todas as contratações seguem as normas legais de licitação e transparência, e que o aumento dos gastos decorre da migração natural das campanhas para o meio digital, acompanhando o comportamento da população e a evolução tecnológica.
O órgão também alega que parte das ações visa combater desinformação e divulgar programas sociais, o que justificaria o investimento ampliado em plataformas online.
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