Lula aciona Trump para tentar prender empresário nos EUA
Petista afirma ter pedido ajuda direta ao presidente americano para capturar empresário acusado de dívidas fiscais; iniciativa ocorre em meio a novo projeto para ampliar punições a empresas
Por: Redação
10/12/2025 às 09:51

Foto: Jose Cruz/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a mirar o setor produtivo ao revelar, nesta terça-feira (9), que pediu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apoio para prender o empresário Ricardo Magro, que mora em Miami. Lula se refere ao empresário como “o maior devedor do país”, e usa o caso para justificar o avanço de seu novo projeto que endurece punições a empresas acusadas de inadimplência recorrente.
Em evento no Palácio do Planalto, Lula afirmou ter ligado pessoalmente para Trump e enviado uma “proposta de combate ao crime organizado”, relacionando tributos supostamente não pagos à criminalidade — uma retórica criticada por especialistas do setor privado. Segundo Lula:
“Se quiser ajudar, vamos ajudar prendendo logo esse [empresário], porque a Receita Federal pegou cinco navios dele aqui.”
A fala reforça o tom criminalizador que o governo petista vem adotando contra empresas, especialmente no ramo de combustíveis, onde predominam disputas regulatórias e tributárias complexas.
Ricardo Magro, dono da Refit (antiga Refinaria de Manguinhos), negou enfaticamente irregularidades e afirmou que há disputa judicial sobre os valores. Segundo ele:
“Nossa operação é transparente. Os valores não são esses que falam.”
Magro também afirma não ser sonegador e rejeita as acusações feitas pelo Palácio do Planalto.
Horas após a declaração presidencial, a Câmara aprovou o projeto de lei que cria o enquadramento do chamado ‘devedor contumaz’, com 436 votos favoráveis e apenas 2 contrários — mostrando forte pressão do governo sobre a base.
O texto classifica como devedoras contumazes empresas que deixam de pagar tributos em 4 períodos consecutivos ou 6 alternados dentro de 12 meses. O PL prevê ainda:
dívidas “substanciais” superiores a R$ 15 milhões;
punições mais duras em setores como combustíveis, bebidas e fumo;
critérios específicos para estados e municípios definirem seus próprios limites.
Críticos alertam que o projeto abre margem para abusos fiscais, insegurança jurídica e perseguição política contra empresas — preocupação ampliada após a fala de Lula associando disputas tributárias a “crime organizado”.
A ofensiva contra o empresário coincide com:
a piora na arrecadação federal,
o aumento da pressão sobre o governo por resultados econômicos,
e o avanço de narrativas de endurecimento estatal — frequentemente vistas como instrumentos de intimidação política.
Ao envolver Donald Trump — figura respeitada pela direita americana — Lula tenta elevar o tom internacionalmente e distorcer o debate fiscal para um discurso de combate ao crime, estratégia já utilizada pelo PT em outras legislações polêmicas.
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