Lula nomeia primeiro adido da Polícia Federal na China
Superintendente Antonio de Pádua Vieira Cavalcanti assume posto em Pequim com missão de ampliar cooperação policial; nomeação é mais um passo no alinhamento estratégico entre Brasil e China
Por: Redação
08/10/2025 às 16:03

Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou nesta quarta-feira (8) o superintendente da Polícia Federal Antonio de Pádua Vieira Cavalcanti como primeiro adido policial federal do Brasil na China. Ele atuará junto à Embaixada brasileira em Pequim e permanecerá no cargo até 2028, com possibilidade de prorrogação até 2029.
Cavalcanti, que disputou a vaga com outros 21 candidatos, exercia suas funções em Pernambuco. Em 2021, chegou a colocar o cargo à disposição após discordar de uma operação da PF durante manifestações contrárias ao então presidente Jair Bolsonaro (PL).
O decreto assinado por Lula define que o adido deve “assessorar em assuntos de polícia judiciária, segurança pública e cooperação internacional” junto às representações diplomáticas do Brasil. O posto também concede direito a dois auxiliares chineses e proíbe manifestações políticas sobre atos do governo brasileiro.
Brasil amplia rede de adidos e reforça presença global
Com a nomeação, o Brasil passa a ter adidos da Polícia Federal em 34 países, incluindo Estados Unidos, França, Reino Unido, Índia, Argentina, Emirados Árabes Unidos e África do Sul. O objetivo é intensificar o intercâmbio de informações sobre crimes transnacionais, como tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e cibercrimes.
A instalação do posto em Pequim tem forte valor simbólico e estratégico, já que a China é hoje o principal parceiro comercial do Brasil e tem ampliado sua influência diplomática na América Latina.
Aprofundamento das relações Brasil–China
Desde o início do mandato, Lula tem defendido uma política externa voltada ao “Sul Global”, aproximando-se de países como China, Rússia, África do Sul e Índia dentro do grupo Brics.
O movimento, no entanto, gera críticas internas e externas. Analistas e opositores afirmam que o alinhamento com regimes autoritários pode fragilizar a posição do Brasil junto às democracias ocidentais.
Em 2023, o PT assinou um acordo de cooperação com o Partido Comunista Chinês, e o Supremo Tribunal Federal (STF) também firmou um termo de cooperação técnica com a Suprema Corte da China voltado ao uso de inteligência artificial no Judiciário, após declaração do ministro Gilmar Mendes de que “os ministros do STF admiram o sistema jurídico chinês”.
Críticas e defesa do governo
Setores da oposição classificaram a nomeação como mais um passo na consolidação de uma “aliança ideológica” com regimes autoritários, enquanto o Planalto defende o movimento como cooperação pragmática e de interesse nacional.
Em entrevista recente ao SBT, Lula rebateu as críticas:
“O Brasil produz, quer vender seus produtos, e a gente vende pra quem quer comprar”, afirmou o presidente.
Veja mais em >>> Rede Comunica Brasil
Assine nossa news letter
Receba as principais notícias do dia direto no seu e-mail.