Zambelli anuncia greve de fome após decisão da Justiça italiana manter prisão

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou nesta quarta-feira (9) o início de uma greve de fome em protesto contra a decisão da Corte de Cassação Italiana, que manteve sua prisão no país europeu. O anúncio foi feito em carta aberta ao ministro da Justiça da Itália, Carlo Nordio, em que a parlamentar acusa o governo brasileiro de pressionar autoridades italianas a autorizar sua extradição

“Por ter a certeza absoluta que o senhor não tomou a melhor decisão, começo hoje uma greve de fome que só o senhor pode acabar, negando minha extradição”, escreveu Zambelli no documento.

Acusações de perseguição e pressão política

Na carta, a deputada afirma ser vítima de perseguição política orquestrada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e acusa o ministro italiano de se alinhar ao que classifica como “regimes autoritários” aliados do Brasil.

Zambelli cita ainda o caso do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que foi alvo de sanções dos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky.

“O senhor está de mãos dadas com o presidente que apoia regimes como Irã, Venezuela e Cuba. Espero que não seja outro romano a lavar as mãos”, escreveu a parlamentar.

Histórico do caso

Zambelli foi presa na Itália após um pedido de extradição apresentado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil em junho de 2025. A solicitação atendeu a uma determinação de Moraes no âmbito do processo em que a parlamentar foi condenada a 10 anos de prisão por supostamente contratar o hacker Walter Delgatti Neto para invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

A defesa alega cerceamento de defesa e nega qualquer envolvimento no crime. Também sustenta que a parlamentar enfrenta problemas psiquiátricos e neurológicos, mas a perícia judicial italiana concluiu que seu estado de saúde é compatível com a manutenção da prisão.