Crise no governo: aviões da FAB podem parar por falta de combustível

A Força Aérea Brasileira (FAB) pode ser forçada a suspender suas operações aéreas a partir de 3 de agosto por falta de combustível. A informação foi confirmada pelo próprio Comando da Aeronáutica, que atribui a crise a um contingenciamento de R$ 812,2 milhões imposto pelo governo federal em maio deste ano.

O corte, parte de um bloqueio maior de R$ 2,6 bilhões no orçamento do Ministério da Defesa, afetou diretamente as atividades operacionais, logísticas e administrativas da FAB. Sem recursos suficientes, os estoques de querosene de aviação estão no limite. Também há dificuldades na manutenção das aeronaves.

“Considerando o alto valor dos bloqueios e o fato de terem sido estabelecidos restando sete meses para o fim do exercício, houve impactos severos em praticamente todas as atividades”, diz a nota oficial da Aeronáutica.

O colapso ameaça não apenas o transporte de ministros e chefes de poderes — frequentemente dependentes da FAB para deslocamentos —, mas também missões essenciais como o transporte de órgãos para transplantes.

Apesar da situação crítica, o governo federal determinou a instalação de duas salas VIP da FAB para autoridades na COP30, que será realizada em novembro, em Belém (PA). A medida foi interpretada por militares e parlamentares da oposição como mais uma demonstração de prioridades desalinhadas com as necessidades reais do país.

O orçamento total do Comando da Aeronáutica em 2025 é de R$ 29,4 bilhões, sendo que a maior parte (R$ 23,7 bilhões) está comprometida com gastos de pessoal. Apenas R$ 2,2 bilhões foram reservados para materiais de consumo, incluindo combustíveis.