Banco Central do Brasil mantém juros elevados para conter inflação fora da meta

O Banco Central do Brasil (BC) decidiu manter a política de juros elevados, apesar do processo gradual de desinflação. A decisão foi explicada pelo presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, que destacou que a inflação continua acima do limite da meta, o que exige cautela e firmeza no combate à alta de preços.

“A inflação e expectativas seguem fora do que é a meta, isso é um ponto de bastante incômodo para o Banco Central. Mas estamos falando de uma inflação que está num processo de redução e retorno para a meta em função de um Banco Central que vem se mostrando sempre bastante diligente e tempestivo no combate a qualquer tipo de processo inflacionário”, afirmou Galípolo durante o Fórum Econômico Indonésia-Brasil, em Jacarta

Inflação persiste acima da meta

Apesar da desaceleração recente, os preços seguem pressionados, mantendo a taxa básica de juros em patamar elevado. Galípolo ressaltou que, para o BC, a convergência da inflação à meta ainda não está assegurada, e a estratégia de política monetária precisa ser mantida até que haja sinais consistentes de controle dos preços.

Cenário desafiante para o governo

A manutenção dos juros elevados ocorre em meio às pressões do governo Luiz Inácio Lula da Silva por uma redução mais acelerada da taxa básica. No entanto, o BC argumenta que ceder antes do tempo poderia comprometer a estabilidade econômica e gerar novos ciclos inflacionários, agravando a incerteza no mercado.

Especialistas avaliam que o atual posicionamento do BC reforça a percepção de independência institucional, mesmo diante de um ambiente político de cobranças intensas por parte do Planalto.